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sexta-feira, novembro 24, 2006


Assim vão as glórias da nossa Ciência 

Soube hoje que um colega em Portugal viu recusado o pedido que fez à respectiva faculdade para defender a sua tese de Doutoramento em Inglês, não obstante trabalhar em Ciência, ter membros estrangeiros propostos para o júri e já ter publicado uma boa parte do trabalho em revistas científicas internacionais com peer review. Lembrei-me logo deste post do Filipe, que subscrevo na íntegra.

Se tivesse submetido a minha tese em Cambridge, já era Doutorado há dois meses. Em Lisboa aprovaram-me a tese (em Inglês, salve-se isso) há mais de quatro meses* e ainda nem sequer tenho data para a defesa (embora tenha recebido uma carta da Faculdade a falar na "agilização de processos"). Em Cambridge, 3 cópias impressas chegam. Em Lisboa, pedem 17. Em Lisboa forçaram-me a mudar a especialidade da tese de "Ciências Funcionais" para "Ciências Morfológicas" (notem quão “especializados” os títulos) sem me ter sido dada qualquer justificação. Em Lisboa recusaram-me um dos arguentes estrangeiros propostos porque um deles tem que pertencer obrigatoriamente a uma instituição nacional, independentemente de se estar a recusar um especialista mundial na matéria e de ninguém (para além da orientadora) trabalhar no assunto em Portugal.

Em Portugal já se faz boa Ciência. Já há laboratórios bem equipados e já há bastantes investigadores de craveira internacional. Portugal começa a atraír investigadores estrangeiros. O ensino universitário está, nas nossas melhores faculdades, ao nível de boas universidades lá de fora (ou, pelo menos, os melhores alunos cá também brilham fora).
Esta evolução positiva só não é mais rápida porque os orgãos de poder de algumas das nossas instituições académicas ainda estão pejados de dinossauros como os que acham que os artigos científicos e a tese do meu colega não devem/podem ser escritos em Inglês e como os que, sem a terem lido, decidiram mudar a especialidade à minha tese baseados em obscuros critérios burocráticos. Esses vaidosos não fazem Ciência mas têm que justificar os cargos que ocupam e o estatuto que têm. Por isso portam a bandeira conservadora e reaccionária, não vão os renovadores evidenciar o óbvio: que são virtualmente inúteis e já estão ultrapassados.
A pergunta óbvia: por que é que as ditas instituições ainda são governadas por elementos do jurássico? Porque há 30 anos o sistema os colocou lá vitaliciamente e sem necessidade de provas de mérito subsequentes. E também porque quem quer fazer boa Ciência não querder perder tempo com a feira das vaidades e com a agónica e formal máquina burocrática dos orgãos de decisão, que os fósseis teimam em não largar.

Felizmente o tempo passa, esses senhores hão-de reformar-se e uma nova geração agilizará os processos.

* Submete-se o rascunho e espera-se pela próxima reunião do Conselho Científico (uma vez por mês, com direito a férias em Agosto). Se o rascunho é aprovado, submete-se a versão final e espera-se pela próxima reunião do CC. Se a versão final é aprovada, faz-se o pedido de admissão às provas e espera-se pela próxima reunião do CC. Se for deferido, espera-se que o CC envie as cópias da tese para todos os membros do júri e que eles se entendam quanto a uma data.

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quarta-feira, novembro 22, 2006


Mais uma orgia gastronómica 


Entre outras coisas, várias italianices, lomo vindo de Espanha, moelas da Mãezinha (grande sucesso!) e gelado de Bailey's.
(Ultimamente só sei falar de comida.)

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O interior da célula revisitado e explicado 


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terça-feira, novembro 21, 2006


Divorcialidade 

Numa época em que as relações são mais difíceis, as pessoas mais individualistas e viver sozinho mais fácil e estimulante, vale a pena olhar para estas estatísticas (obrigado Pedro), que consultei na sequência de uma conversa com amigos sobre o assunto.

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domingo, novembro 19, 2006


Vomit 

A quantidade de pessoas enjoadas e vomitado que vi no comboio de regresso a Cambridge (o último, às 23h30) reforça a sensação que tenho desde que cá cheguei: vivo num país de bêbedos.

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sábado, novembro 18, 2006


Bitoque 


Digo aos Ingleses que a nossa comida é mais saudável. Mas não lhes posso mostrar a fotografia deste bitoque que jantei num restaurante português em Londres enquanto via o festival de "frangos" do Braga-Benfica na SportTV. Olhem só para o tamanho do bife. E sim, são dois ovos a cavalo. Pensando melhor, mostro a foto aos Ingleses e arranjo logo mais clientes para o restaurante.

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"Tuga Meeting" 


Investigadores e estudantes portugueses em Inglaterra reunem-se em Londres...

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quinta-feira, novembro 16, 2006


Um dia perfeito 

Receber uma declaração de amizade de um ser humano sublime.
Partilhar com outro ser humano sublime algumas horas de essência do estar só pelo prazer de estar.
Viver horas de exaltação intelectual e constatar que se escolheu a profissão certa.
Um problema antigo e premente dá inusitada e espontaneamente sinais de se resolver.

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sexta-feira, novembro 10, 2006


Jantar num indiano diferente 



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The global middle cries out for reassurance 

Este artigo enviado pelo Pedro merece leitura atenta.

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Umbria e Le Marche 

Com mais de dois meses de atraso, finalmente uma pequenina amostra das mais de 300 fotografias que tirei em Itália entre 23 e 31 de Agosto.

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domingo, novembro 05, 2006


As melhores canções são definitivamente as mais simples 


O Sérgio continua em forma!

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