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quarta-feira, março 31, 2004


Efémera Primavera 

Neste momento, a temperatura em Cambridge é mais alta do que em Lisboa e não se vê uma nuvem no céu. Chegou a Primavera? O calendário e as flores abertas asseguram que sim mas o oráculo meteorológico garante que a temperatura desce já amanhã e que chove no Sábado. De qualquer modo, hoje soube bem saltar da cama e saír à rua de bicicleta. O Sol traz bom humor, revigora, faz parecer tudo mais bonito...

A Primavera ilude-nos e, às vezes, faz-nos esquecer que vivemos num mundo infestado de terroristas, imperialistas e de imbecis que querem negociar com os primeiros, apoiar com os segundos ou culpar uns pelas barbáries dos outros.

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terça-feira, março 30, 2004


Penitência 

Aqui vai o meu pedido desculpas pela "brutalidade" das palavras dirigidas aos amigos fantasmas. O problema da escrita é que uma má escolha de palavras pode transmitir mal um estado de espírito. Cansaço, pressa e stress de quem, no momento, está apertado com trabalho (e, na hora, não lhe apetece brincar) podem ser vistos como irritação...
De qualquer modo, o azedume da minha reacção prende-se com o caos e o baixo nível que contaminam outros blogs quando "engraçadinhos" que nem sequer conhecem os autores nem estão realmente interessados no conteúdo dos posts se divertem a gozar ou insultar gratuita e cobardemente sob a protecção do anonimato.
Felizmente não foi o caso, os fantasmas eram afinal gente querida e com muito nível, como se percebe. Faço aqui o meu acto de contrição pela precipitação no julgamento e pela inadequação da forma.

Assim, queridos fantasmas, visitem o blog quando quiserem (são benvindos!) e, já agora, continuem a escrever comentários interessantes.

Sem ressentimentos...

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Paixão... 

Acabo de ver The Passion Of The Christ. O filme é perturbador, embora me comece a sentir um monstro por já não me chocar com os filmes mais violentos. Suponho que toque mais quem tenha uma vivência religiosa mais intensa do que a minha, que é agnóstica. Romanos e Judeus não saem, por motivos diferentes, muito bem vistos mas parece-me que não há a intenção de generalizar e que, tirando algumas liberdades artísticas que apenas visam acentuar o carácter simbólico de algumas cenas, a história é fiel à Bíblia. Mas esta é só uma primeira impressão. Fiquei com vontade de reler os Evangelhos, antes de dar uma opinião final... De qualquer modo, passa a mensagem de que o pecado humano é tanto que não há sofrimento que o redima. Por outro lado, o filme transmite, no meio de tanto sofrimento, as serenidade e tranquilidade de consciência conferidas pela coerência moral. A boçalidade dos pecadores é de tal ordem que deve envergonhar e fazer pensar quem se identifique com qualquer deles. E como somos todos pecadores... Nesse sentido, a Quaresma é o tempo adequado para se ver este filme que, a nível técnico e artístico, é absolutamente irrepreensível.

Da mesma forma que me irritam os movimentos que imediatamente vieram chamar anti-semita ao Gibson, irritaram-me (mas também me fizeram rir) os meninos que, à saída do cinema, distribuiram um livrinho de título A Guide to the Passion. Suponho que pertencessem ao Catholic Exchange. No livro respondem a 100 perguntas sobre o filme (alegadamente para ajudar à sua interpretação) mas não àquelas que as pessoas inteligentes fariam. Exemplos: 25) Why is sin such a big deal? , 85) Did Jesus die more quickly than was normal for crucifixion?. Chegam a especular sobre a hematidrose (suar sangue)... A única que se aproveita é mesmo a 100: What happens after Jesus leaves the tomb?. Leva como resposta: Read the Gospels and the Acts of the Apostles to find out!. Mas quando o pasquim parece acabar bem, entra a secção dos 5 Ls:
[...] That is why the central question in the Gospels is the question Jesus Himself put to His disciples: "Who do you say I am?" [...] For there are only five possibilities, and they all start with the letter "L". Jesus was either: 1) a legend [...] 2) a liar [...] 3) a lunatic [...] 4) a light and fluffy New Ager [...] 5) the Lord [...]
5 páginas de dissecação de argumentos depois, chegam à inusitada conclusão de que só a hipótese 5) é válida (acho que a 4), embora irrealista, era mais divertida). E sugerem a oração como passo seguinte. Rezarei por eles, coitadinhos, que bem precisam. Felizes os pobres de espírito...

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segunda-feira, março 29, 2004


Dia Mundial da Juventude 

Já fiz 26, já não me dão Cartão Jovem. Mas ainda me sinto um!
Um abraço a todos os Jovens de espírito!

Se repararem, assinalei, com 8 dias de atraso, o Dia Mundial da Poesia. Grazie Maria!

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domingo, março 28, 2004


O melhor da Vida... 

É engraçado como, num fim de semana em que me vi forçado a trabalhar algumas horas, bastaram uma partida de ténis e 3 refeições (incluindo uma caldeirada!) com os Amigos para me revigorar e deixar motivado para mais uma semana de trabalho. Não me sentiria tão descansado se tivesse passado dois dias num letárgico dolce fare niente. Por que será? O espírito pede sempre muito mais que o corpo...

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, at last! 


Depois de dois anos de muito azar, uma vitória demolidora...
Se daqui a um ano ainda andar por estas terras, farei por ir a Londres ver a Corrida.
(Confesso que há um ano estava em Londres para o efeito e me atrasei com o almoço. A companhia era boa.)

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sábado, março 27, 2004


Apertos... 

O trabalho é muito e as solicitações sociais bastantes, não há muito tempo para escrever... Lembro só que hoje é o dia do Teatro. Vão ao Teatro mais vezes...

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sexta-feira, março 26, 2004


Belleville Rendez-Vous 

É este o nome de um filme que estreia hoje em Portugal e que é um dos mais divertidos filmes de animação da história do cinema. Sendo co-produzido por Belgas, Canadianos e Franceses, tem um delicioso toque Português. E mais não digo...

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Livro 

Hoje comemora-se o Dia Nacional do Livro Português. Que tal estrearem um ainda hoje?

Um dos principais deveres do homem é cultivar a amizade dos livros.
Thomas Carlyle

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quinta-feira, março 25, 2004


Pérola Processual 

Chegou-me esta por e-mail (obrigado Lena!) e confirmei a informação na Revista Consultor Jurídico (Brasil) de 12 de dezembro de 2003.

Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de 62 anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com 29 afilhadas e tendo delas 97 filhas e 37 filhos.
De cinco irmãs, teve 18 filhas; de nove comadres 38 filhos e 18 filhas; de sete amas teve 29 filhos e cinco filhas; de duas escravas teve 21 filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos. Total: 299, sendo 214 do sexo feminino e 85 do sexo masculino, tendo concebido em 53 mulheres.
A pena não foi cumprida porque El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou por em liberdade aos 17 dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo, e guardar no Real Arquivo da Torre do Tombo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo.


(Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Portugal - Sentença proferida em 1487, no processo contra o Prior de Trancoso - Autos arquivados no armário 5º, maço 7).

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O masseur cego 

O filme de ontem à noite: Zatoichi.
É bom para quem simpatiza com a cultura japonesa, gosta de samurais e não se impressiona com algum sangue...

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terça-feira, março 23, 2004


Linda! 


Ontem, quando cheguei a casa vindo de Amesterdão, encontro um apropriado postal com esta obra de arte, de cuja existência tomei conhecimento há uns anos mas da qual me tinha esquecido por não soer figurar nas antologias do surrealismo. Extraordinária, não é? Tirando @ remetente, alguém é capaz de identificar autor (fácil), data, título e local onde é possível encontrar o original?

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Portaram-se bem... 


Nos últimos 2 anos, tem dado gosto apoiar esta equipa...

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segunda-feira, março 22, 2004


Amesterdão 


(Crónica para breve)

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domingo, março 21, 2004


Ausente 

Estou em Utrecht, na Holanda. Ando pela Europa Central desde Sexta, tem sido um fim de semana fabuloso. Regresso amanhã à noite a Cambridge e nos próximos dias escreverei as crónicas deste passeio...
(post original)

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Utrecht 


(Crónica para breve)

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Casamento em Heidelberg 


(Crónica para breve)

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Dia Mundial da Poesia 

URGENTEMENTE

É urgente o amor
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros
e a luz impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade

Dedicado ao Ricardo Marques, que tão bem cantou este poema e cuja voz se calou cedo demais...

(Grazie Maria)

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sábado, março 20, 2004


Trier 


(Crónica para breve)

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sexta-feira, março 19, 2004


Luxemburgo 


Luxemburgo? Ninguém vai passear ao Luxemburgo... Eu fui porque tenho lá Amigos...
Aqui fica uma espécie de anedotário inspirado nas notas recolhidas no meu Moleskine durante a minha passagem pelo dito Principado (muita da informação foi fornecida pela Lena e pelo Matthias - obrigado!):
-> Há dois anos o Luxemburguês tornou-se língua obrigatória nas escolas. Considerá-lo um idioma é muito lisonjeiro uma vez que se trata de uma mistura descaradamente artificial de Francês e Alemão.
-> Os endinheirados Luxemburgueses costumam passar as suas férias de Verão... no Luxemburgo! Durante umas semanas, mudam-se para as suas casas de férias (ou acampam) junto ao rio (não há mar) numa região situada a poucas dezenas de quilómetros da capital (mais longe do que isso, estar-se-ia fora do país, o mais pequeno da U.E.).
-> A gasolina é muito mais barata no Luxemburgo do que nos países vizinhos. Na Europa Central o Luxemburgo é conhecido pelo seu petro-turismo. Junto à fronteira com a Alemanha, há uma terra chamada Wasserbillig que alberga mais de uma dúzia de bombas de gasolina (entre as quais a maior da Esso em todo o mundo) numa recta com poucas centenas de metros. A Greenpeace já lá atacou...

(crónica por concluir)

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terça-feira, março 16, 2004


Armas de destruição em massa... 


Obrigado David McKay!

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sábado, março 13, 2004


Banco Inteligente 

Um certo dia chego a casa e é-me comunicado que me tinham ligado do Banco às 7 da tarde. Que não me preocupasse, que não era urgente, que voltariam a ligar no dia seguinte... Estranha hora para um assunto não urgente... No dia seguinte ligaram mesmo e à mesma estranha hora. Mas a conversa inicial foi convincente, o meu nome foi citado da mesma forma que vem na correspondência que o Banco me envia, conheciam obviamente o meu telefone, a minha morada e sabiam, claro, que eu tinha conta naquele Banco. Aliás, até esse dia só tinha movimentado a conta para depositar dinheiro ao balcão pelo que, em teoria, mais ninguém poderia ter tido acesso à informação. E só me pediram data de nascimento para confirmar a identidade. Por momentos convenci-me que era mesmo o Banco. Depois veio o anúncio de um seguro de acidentes (gratuito nos primeiros dois meses) e a ligação a outra operadora que me daria mais informações. Então, a menina começa a pedir-me dados sobre a minha conta para se certificar da minha identidade. Ripostei que tendo sido a parte dela a telefonar, ela é que tinha que me provar que estava a ligar em nome do Banco. A conversa e o telefonema ficaram por ali...
Uns dias depois passei na Agência e indaguei sobre estes telefonemas. Afinal tinha sido mesmo o Banco a ligar-me... Estavam mesmo a promover o tal seguro... E diz-me a funcionária: “Surgiu-lhe o problema habitual da troca de dados para confirmação de identidades, não foi? Honestamente, acho que fez bem. Eu também não teria dado os meus dados. Nunca se sabe...”
Resta saber quanto é que o Banco terá pago ao imbecil que teve a ideia de promover o produto desta forma...

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Tugas 

No Terminal 2 do Aeroporto de Heathrow circulavam milhares de pessoas. Vôos de/para Portugal naquela altura eram apenas um. No meio de tanta gente, sou sempre capaz de identificar os meus compatriotas antes de saber para onde voam. Hoje foram 5, não falhei um. A fisionomia ajuda mas o nervoso miudinho, a cara fechada, o indiscreto olhar fulminante e desconfiado e, infelizmente, às vezes, uma certa rudeza nos modos não dão muita margem para dúvidas. Diga-se, em abono da verdade, que também são poucos os Ingleses que primam pelo bom aspecto. Não são muitos os compatriotas que me topam imediatamente (não sei se me deva orgulhar ou envergonhar disto). Mas a experiência das meninas do check-in da TAP não me dão hipótese de camuflagem (também não ando a esconder nada): ainda não me encostei ao balcão nem estendi o passaporte e já ouço o simpático, delicioso e sempre reconfortantemente familiar “Olá, boa tarde!”.

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Falkland 

Escrevo isto a bordo do Luís Vaz de Camões… Na fila à minha frente estão quatro simpáticos brutamontes ingleses (nos trintas) que acabam de descobrir, na revista da TAP, a localização geográfica de Cape Horn e das ilhas Malvinas (as tais que o Pedro Abrunhosa não descirne das Maldivas), a que eles chamam Falkland e que foram motivo de dispendiosa guerra com a Argentina, há cerca de 22 anos, no tempo da já senil Senhora Thatcher... A reacção a tão importante descoberta cifrou-se no comentário: “Ah, foi aqui que os vencemos!”
(Já agora, o Luís Vaz de Camões aterrou ao lado do Eusébio.)

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sexta-feira, março 12, 2004


Dor 

A minha Mãe tem razão, o futebol não cura todos os males. E as emoções que gera, embora fortes, são efémeras e só mascaram sentimentos realmente importantes.
Nesta Quinta ninguém em Madrid se lembrou de futebol. Eu também não. Algumas das amizades mais fortes que cá tenho são espanholas e madrilenas. Uma fazia anos... Outras duas trabalham comigo. Hoje só tentaram trabalhar. A voz trémula e o olhar triste diziam tudo. E contagiavam... As suas famílias estão bem mas mesmo assim sentiram a tragédia de perto: é a sua cidade, são os seus conterrâneos, são as estações por onde passaram tantas e tantas vezes... E é o medo e a insegurança dos seus nos próximos tempos.
A Maria despediu-se de mim ontem dizendo: "O mais revoltante disto tudo é não saber contra quem projectar a minha raiva". Nesse instante teria dado tudo para a aliviar da dor. Só a pude partilhar... A Amizade que nos une fez com que, talvez pela primeira vez na vida, eu tenha conseguido sentir uma tragédia destas muito para além dos números.

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quinta-feira, março 11, 2004


Futeboladas 

Para os amigos mais eruditos que desiludo por discutir futebol ou padecer dessa patologia de irracionalidade que é apoiar um clube, deixem-me dizer-lhes que explosões de alegria como a que vivi na Terça valem bem a queda da minha cotação na Bolsa dos Intelectuais...

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quarta-feira, março 10, 2004


Fair play? Imparcialidade? 

A 18 de Abril de 2003 escrevi, numa das crónicas com que de vez em quando bombardeava os amigos, o seguinte:

PROPAGANDA
A qualidade de informação da BBC não é tão boa como em Portugal se faz crer. A forma como a Guerra no Iraque tem sido noticiada cá faz-me pensar que vivemos numa situação de défice democrático, uma vez que as pessoas são mal informadas (para além de mal representadas). A mesma imagem passa no noticiário da manhã como correspondendo a uma cidade, no da tarde como pertencendo a outra e no da noite como dizendo respeito a uma terceira. Numa cidade de 5 milhões, 500 vadios que ajudam a derrubar uma estátua e pilham tudo o que podem são a prova de que os soldados são bem recebidos e de que as pessoas estão felizes... Visitas guiadas a barracões com máscaras de gás e caixotes alegadamente carimbados por Ministérios Iraquianos em Inglês (pasme-se!) são indícios da posse de armas químicas... Imagens de tanques carbonizados numa auto-estrada inidentificável são comentados em directo como "a prova de que as forças americanas já estão no centro de Bagdad...". Cada um vê o que quer ver... Mas é estranho que cá não se pergunte pelas tais armas que os inspectores também não encontraram e que motivaram esta bagunça que agora parece querer estender-se à Síria. Em tempo de guerra, a propaganda é igual para os dois lados.


Durante parte da Guerra, a BBC levou o Blair ao colo. Quando este começou a caír em desgraça e, para agravar, mandou umas "bocas" dirigidas à comunicação, a BBC passou a desancá-lo diariamente, chegando ao ponto de alegar (no caso David Kelly) que os dossiers sobre armas iraquianas teriam sido "apimentados" para forçar a Guerra. Na verdade, a pressão exercida pelo Executivo sobre o Kelly foi inqualificável e provavelmente os dossiers foram mesmo empolados mas, se não podes provar, não afirmas como facto... E lá se demitiu o director da BBC. Uma semana antes, um jornalista da ITV tinha sido suspenso por uma reportagem subtilmente racista...
Isto tudo para dizer que não bastasse a rádio ser uma porcaria com M grande (os DJ's não têm qualquer critério) e as bancas estarem inundadas de tablóides a dissecar a vida privada de figuras que desconheço (o Beckham agora está longe) mas que, segundo me dizem, são conhecidas dos reality shows, a televisão cá é mediocre (muito à custa dos ditos reality shows) e parcial. Ou seja, os media são maus neste país.
No rescaldo do sucesso do Porto em Old Trafford, os jornalistas ingleses dissecaram todos os aspectos subjacentes à inusitada hecatombe, procuraram mil e uma justificações, mas nenhum foi capaz de dizer que uma equipa foi mais forte e, por isso, passou merecidamente (assim o dizem as estatísticas e a opinião de não portistas). É sempre assim, esforçam-se por, subtil e fleumaticamente, humilhar o adversário (o "sangue" que os jornais procuraram gerar antes do jogo foi vergonhoso) e, se por acaso, lhes sai ao contrário, não encaram o fracasso de frente. Assim foi com a Guerra, assim é com o futebol...
Honra lhes seja feita, na derrota os ingleses estendem a mão e dão os Parabéns. São bem educados (quando sóbrios). Mas só há fair play quando há respeito...

Termino por dizer que me sinto bem neste País e que tenho feito bons amigos ingleses. Mas cá nem tudo é tão civilizado como se possa pensar...

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21 grams,  

o filme que fui ver Segunda à noite. Recomendo!

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terça-feira, março 09, 2004


Lindo!!! 

O meu ritmo cardíaco é ainda acelerado...
Soube tão bem ganhar-lhes no último minuto... Porque o Porto foi melhor!


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segunda-feira, março 08, 2004


Dia Internacional da Mulher 


O Amor em Visita

Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra
o seu arbusto de sangue. Com ela
encontrarei a noite.
Dai-me uma folha viva de erva, uma mulher.
Seus ombros beijarei, a pedra pequena
do sorriso de um momento.
Mulher quase incriada, mas com a gravidade
de dois seios, com o peso lúbrico e triste
da boca. Seus ombros beijarei.

Cantar? Longamente cantar,
Uma mulher com quem beber e morrer.
Quando fora se abrir o instinto da noite e uma ave
o atravessar trespassada por um grito marítimo
e o pão for invadido pelas ondas,
seu corpo arderá mansamente sob os meus olhos palpitantes
ele - imagem inacessível e casta de um certo pensamento
de alegria e de impudor.

Seu corpo arderá para mim
sobre um lençol mordido por flores com água.
Ah! Em cada mulher existe uma morte silenciosa:
e enquanto o dorso imagina, sob nossos dedos,
os bordões da melodia,
a morte sobe pelos dedos, navega o sangue,
desfaz-se em embriaguez dentro do coração faminto.
- Ó cabra no vento e na urze, melhor nua sob
as mãos, mulher de ventre escarlate onde o sal põe
mulher de pés no branco, transportadora
da morte e da alegria!


Herberto Helder

O teu nome... 

Flor de acaso ou ave deslumbrante,
Palavra tremendo nas redes da poesia,
O teu nome, como o destino chega,
O teu nome, meu amor, o teu nome nascendo
De todas as cores do dia!


Alexandre O'Neill

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O meu nome... 

Afinal tenho um site comercial e não o sabia: http://www.nuno.com. Nele é esclarecido o significado do meu nome em Japonês. 10 anos volvidos, percebo finalmente o porquê de me apontarem para a roupa sempre que me apresentava a um nipónico...
Já agora, etimologia:
Nun = Peixe (Hebraico)
Nunnus = Avô (Latim)

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domingo, março 07, 2004


Neuro... 





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+Cinema... 

Duas sugestões cinematográficas, uma Canadiana outra Italiana, para quem precisar de mais pretextos para reflectir no significado da Vida e das relações: Les Invasions Barbares (premiada em Cannes, Oscar para melhor Filme Estrangeiro) e L'Ultimo Bacio. Muito realistas.
Para os mais liberais e radicais, uma sugestão mais ousada: The Dreamers (o último do Bertolucci).
E ainda uma pérola de estética, com Fotografia a cargo de um Português (Eduardo Serra, nomeado para Oscar): Girl With A Pearl Earring.

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Cromices... 

Uma colega minha tem uma filha de nome Alice. Mas sempre lhe chamou Pi. Pesava 3,14 kg quando nasceu...

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sábado, março 06, 2004


... 


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sexta-feira, março 05, 2004


Dogville... 

Com o passar dos anos e algum suposto amadurecimento, deixei de me interessar por mulheres a que eu, algo injustamente, chamava de "neuróticas" por sofrerem de determinado tipo de desequilíbrios emocionais. Seria esse gradual desinteresse uma fuga egoísta aos seus problemas? Não, os filmes do Lars von Trier tranquilizam-me quanto à nobreza dos meus propósitos: apaixono-me sempre pelas mulheres desgraçadas que retrata. Afinal, só não gosto de mulheres que geram os seus próprios problemas e se queixam por cima. Todas as outras são encantadoras... :-)
Dogville / Dancer in the Dark / Breaking the Waves

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Pátria 

Confirmado! Aterro no Porto na noite de Sexta, 12 de Março, e levanto na manhã de Terça, 16. Estarei pelo Norte, para dar e receber mimos... Não mudei de contactos.

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quinta-feira, março 04, 2004


O primeiro dia... 

O primeiro dia deste Blog foi muito lisonjeiro. A novidade trouxe visitas... Privilegiado eu, pelos Amigos que tenho. Espalhados pelo Mundo e sempre tão perto...

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Artigo! 

O meu primeiro artigo como co-autor:
http://www.biomedcentral.com/1471-2164/5/9
Estou muito orgulhoso mas confesso que não percebo mais de metade do artigo... :-)

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quarta-feira, março 03, 2004


Sotaques... 

Forçar um sotaque que não é o nosso costuma dar asneira... Percebo isso sempre que os meus amigos lisboetas tentam imitar o sotaque nortenho. Soa a ridículo... :-)
Com a língua inglesa passa-se o mesmo. Tenho uma nova colega australiana com um sotaque genuino. Orgulha-se disso e diverte-se a comparar sotaques. É um elemento popular no laboratório.
Há um mês, foi-se embora uma outra Australiana que não deixou muitas saudades. Não lhe bastasse o feitio difícil, era profundamente irritante ouvi-la porque se esforçava, sem sucesso, por falar com um sotaque britânico "posh" (ainda hoje isto é comentado no lab, em jeito de anedota)... Imaginem uma Angolana a tentar falar com o sotaque da Linha (embora em Cascais se use o "boé", puro africanismo)... :-) E eu acho o sotaque angolano delicioso!
Os sotaques adquirem-se gradualmente, com a envolvente... Sempre que passo uns dias em Viana, retomo um pouco de sotaque nortenho que naturalmente evanesce quando vou para Lisboa ou venho para Inglaterra... Segundo os meus colegas anglófonos, o meu Inglês arrancou cá com um sotaque caracteristicamente português, com um toque americano (provavelmente graças ao cinema e à televisão), que se vai aligeirando e tendendo para uma coisa neutral, por força da diversidade de sotaques que ouço diariamente. Mas é certo que nunca perderei completamente o sotaque original, a não ser que fique cá mais de 10 anos. Só as crianças adquirem sotaques novos com facilidade.
Por isso estranho a atitude de muita gente crescida que, quando aprende uma língua estrangeira, se preocupa mais com artifícios sonoros e descura gramática, vocabulário e a própria boa pronúncia das palavras (de quem, ás vezes, os sotaques são inimigos). O objectivo de impressionar é conseguido, mas pela negativa... Se soubessem que o sotaque de origem até é considerado "sexy" pelos nativos, teriam muito a ganhar...

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Está oficialmente inaugurado o meu Blog... 

Seguindo os exemplos de outros amigos (João, Rui Pedro, Filipe, Tecas, Rino) criei um espaço onde posso arquivar e partilhar convosco as crónicas da minha experiência no estrangeiro e também algumas reflexões.
Não estava satisfeito com as longas missivas que enviava irregularmente mas não me agradava a ideia de encher-vos diariamente a Inbox com "curtas". Resolve-se assim o dilema. E quem já não lia as minhas missivas, agora nem sequer está obrigado a fazer "delete". :-)

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