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domingo, abril 28, 2002


Sechs - Reise (1) 

Ola' novamente!

Entao aqui vai o "resumo" (bem longo, 'a Nuno) do nosso passeio pela
Europa Central. Nesta missiva vao so' os primeiros dias, para o pessoal
nao se cansar de ler e eu nao me cansar de escrever...


ERSTE TAG - Dienstag, 2002/04/02 - Wo ist das Fleisch?

Fui esperar o Pedro ao Aeroporto de Frankfurt. Alugamos la' um carro para
o resto da jornada. A companhia mais barata tem um nome que inclui o termo
"Budget" e permitia alugar um Golf por pouco mais de 2/3 do preco que
acabamos por pagar por um Corsa noutra empresa. Isto se optassemos pela
modalidade "sem seguro"! A modalidade "com seguro" tambem fazia o aluguer
mais barato que nas outras companhias mas o seguro nao era contra todos os
riscos (!) e nao permitia o aluguer a jovens com menos de 25 anos. Temos
os dois 24...
Demos uma volta pelo centro de Frankfurt e fomos ate' Speyer, aproveitar o
sol primaveril desse dia (diga-se desde ja' que o Pedro teve uma sorte
tremenda com o tempo que apanhou por estas bandas) para fruir das belas
esplanadas que a pequena cidade disponibiliza. Tentamo-nos ao passar em
frente a uma padaria (ca' na Alemanha, as padarias e pastelarias sao uma
perdicao), entramos e eis que somos atendidos em portugues por uma armenia
casada com um nosso compatriota.
O jantar foi em Heidelberg. Decidimos experimentar fondue de queijo, pela
novidade. Chega um recipiente tipico, com a usual chama e, em vez de oleo,
queijo fundido, a borbulhar de tao quente. Chegam tambem os habituais
espetos e um prato cheio de bocados de... pao! Seguem-se os votos de "bom
apetite", da parte de quem nos serviu. Onde esta' a carne? Ignorancia
nossa, o fondue de queijo e' mesmo com pao. Estava delicioso e o resto das
pessoas no restaurante olhava para nos com ar de quem se tinha arrependido
de nao ter pedido o mesmo (ou talvez seja eu que quero interpretar
assim). Comemos o equivalente a 10 paes com 1/2 quilo de queijo. Citando o
Pedro, que se inspirou numa piada do nosso colega Joao Batista, e' como ir
a Franca e jantar aquele prato tipico: "baguette au fromage".


ZWEITES TAG - Mittwoch, 2002/04/03 - Schnarcher in Zurich...

Neste dia fizemo-nos 'a estrada. Estivemos algumas horas em Baden-Baden (o
tal paraiso "termal") e em Strasbourg. Esta ultima permite-nos incluir a
Franca na lista de paises visitados, ainda que tenha sido so' para uma
"mijinha", como se costuma dizer.
O dia acabou em Zurich, na Suica. Ficamos instalados na Pousada da
Juventude. Dar com ela, que ficava longe do centro, foi o cabo dos
trabalhos e, sem querer, ficamos a conhecer Zurich "by night" de tantas
voltas que demos. A intuicao geografica, a ideia de seguir os carris de um
certo electrico e a simpatia de um nativo resolveram o problema. Fomos
dormir cedo e, nessa altura, o quarto de 6 em que ficamos ainda estava
vazio. Pouco depois, ainda nao estavamos deitados, entra um tipo pouco
comunicativo que, quando se lhe perguntou se falava ingles, respondeu "of
course!" e nada mais disse. Cinco minutos depois estava deitado a pedir,
sem "please" nem "thank you", que se apagasse a luz. Pouco tempo depois
estava a roncar insuportavelmente. Por mais pancada que eu desse na cama
(ele estava no mesmo beliche que eu) o tipo mantinha a sua melopeia
ritmada. Ao fim de uma hora, sem motivo aparente, calou-se e pudemos
dormir sossegados...


DRITTES TAG - Donnerstag, 2002/04/04 - "Questo è un assalto!"

Zurich (Zurique) e' uma cidade lindissima. Estende-se pelas duas suaves
colinas que envolvem o vale do rio Limmat e e' em Zurich que o rio
desemboca num lago a que dao o nome de Zurichse. O rio e' estreito, ha'
muitas pontes e os barcos sao pequenos. Nao deve estar poluido porque os
cisnes circulam alegremente. E' possivel ver os Alpes do outro lado do
lago. Ha' relogios em todo o lado e, 'a boa moda suica, nao vimos nenhum
parado ou desacertado. E, de facto, relogios, canivetes e chocolates
dominam as montras. A cidade esta' limpa e as pessoas na rua andam bem
vestidas. Tudo sugere que a Suica e' um pais desenvolido (ate' pela forma
como trata os seus recursos naturais), onde se vive bem, e nao e' dificil
perceber porque e' que nao se querem juntar 'a UE. E ate' aceitam notas de
Euro como forma de pagamento (dao o troco em francos). Na esplanada 'a
beira rio onde almocamos, uma das empregadas era portuguesa e veio logo
saudar-nos.
Rumamos 'a Italia, o que pressupos atravessar os Alpes. Uns minutos depois
de largarmos Zurich, estavamos a contemplar a cidade e o lago de cima, ja'
envoltos numa paisagem que parecia ter sido tirada da historia da Heidi. O
ondulado verde manteve-se por mais alguns quilometros ate' entrarmos na
auto-estrada, que fica no vale, nas margens do lago. Alias, a auto-estrada
revelou-se relativamente confortavel, sem curvas sinuosas ou variacoes de
altitude que obriguem a grande descompressao nos ouvidos. So' os tuneis
sao em numero e dimensao anormais. Atravessamos um com cerca de 20 km,
todo em linha recta, nada aconselhavel a claustrofobicos e um problema
para quem conduz, que tem que manter a concentracao com velocidade e
"paisagem" constantes (uma seca!). E' claro que fora dos tuneis os nevados
colossos montanhosos que envolvem o trajecto nao deixam esquecer a
morfologia da zona e fornecem uma paisagem de sonho.
A aproximacao 'a Italia sente-se no transito. 'A medida que vai havendo
mais "tifosi" na estrada, comecam a abundar as manobras perigosas e o
desrespeito pelos outros. Mas o caos rodoviario tem o seu ponto alto em
Milao. Quem disse que era mau conduzir em Lisboa? Em Lisboa nao costumo
ver uma lambreta em cada um dos tres retrovisores... E mais uma vez,
informacao insuficiente quanto 'a localizacao da pousada obrigou a um
passeio forcado. A pousada da juventude de Milao e' francamente ma' (e o
Ibis ficava longe do centro). Os WC sao nojentos, algumas camas ainda tem
os lencois dos gajos anteriores (tivemos de ser nos a muda-los) e a
conjugacao da proximidade 'a estrada com o inexistente isolamento sonoro
fez com que eu acordasse algumas vezes com a sensacao de que ia ser
atropelado. E' o mesmo que dormir na berma, em termos de barulho. O Pedro
e eu estamos a ficar mal habituados (independencia financeira, hoteis
pagos aquando de saidas profissionais) mas nao e' preciso ser-se muito
"snob" para ficar indignado com estas coisas. 'A noite, fomos abordados de
uma forma muito original. Fomos levantar dinheiro a uma caixa multibanco
interior (muito perto do edificio que uma semana depois levou com a
avioneta) e eis que logo a seguir entra uma jovem muito apresentavel que
nos sauda da seguinte forma: "Questo è un assalto!". Fica a olhar para
nos, 'a espera de reaccao. Mas nao houve reaccao, continuamos
indiferentes a tratar dos levantamentos. Entretanto a jovem percebeu que
nao eramos italianos e perguntou em ingles se tinhamos percebido o que ela
tinha dito antes. Disse-lhe que sim, como quem diz "sim filha, mas nao
metes medo nem tens piada". A mulher comecou a rir de vergonha, pediu
desculpa pela piada ridicula e ainda estivemos um pouco 'a conversa (foi
por ela que soubemos que nao havia Ibis no centro). Teria sido divertido
ter-lhe respondido 'a piada dizendo-lhe que nos e' que estavamos ali para
assalta'-la. Fechada com dois marmanjos na cabina nao ia ter muitas
hipoteses. Arriscou um bocado...

(o resto mais tarde)

Nuno

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