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sexta-feira, março 12, 2004


Dor 

A minha Mãe tem razão, o futebol não cura todos os males. E as emoções que gera, embora fortes, são efémeras e só mascaram sentimentos realmente importantes.
Nesta Quinta ninguém em Madrid se lembrou de futebol. Eu também não. Algumas das amizades mais fortes que cá tenho são espanholas e madrilenas. Uma fazia anos... Outras duas trabalham comigo. Hoje só tentaram trabalhar. A voz trémula e o olhar triste diziam tudo. E contagiavam... As suas famílias estão bem mas mesmo assim sentiram a tragédia de perto: é a sua cidade, são os seus conterrâneos, são as estações por onde passaram tantas e tantas vezes... E é o medo e a insegurança dos seus nos próximos tempos.
A Maria despediu-se de mim ontem dizendo: "O mais revoltante disto tudo é não saber contra quem projectar a minha raiva". Nesse instante teria dado tudo para a aliviar da dor. Só a pude partilhar... A Amizade que nos une fez com que, talvez pela primeira vez na vida, eu tenha conseguido sentir uma tragédia destas muito para além dos números.

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