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quinta-feira, abril 08, 2004


Conservadores... 


Ontem recebi uma carta do Senhor Michael Howard, líder do Partido Conservador, a alertar-me para as eleições de 10 de Junho que incluem Parlamento Europeu, poder local e Mayor e Parlamento de Londres. Juntamente com a carta vinha um formulário que, depois de preenchido, me permite votar pelo correio. E, como é óbvio, depois da simpática e útil informação vinha a propaganda eleitoral que, para minha desilusão, se limita a "bater" no Blair e a responsabilizá-lo por todos problemas do Reino (com especial destaque para os constantes aumentos de impostos). As duas únicas frases construtivas, em que declara intenções, são tão objectivas como:
"Conservatives want to help everyone fulfil their potential."
"By tackling waste and red tape Conservatives can put money where it really matters - on improving our schools and hospitals. And we will avoid yet more Labour tax increases so that people can keep more of the money they work so hard to earn."

Não explica como. Demagogia? Que ideia...
Depois vem finalmente uns chavões para dar um pretenso cheirinho a direita:
"My position is clear. I am against the Euro and the proposed European Constitution, wich will, for example, mean that we no longer fully control immigration and asylum policy."
Não explica porquê...
Toda a sua humildade é revelada nesta profunda e brilhante tirada:
"I have learnt never to take peolpe for granted. Of course you may agree with what I've said - but you may not."
E termina:
"If you do - and you want to send a message to Tony Blair - the first thing you can do is vote Conservative on Thursday, 10th June."
Ou seja, votamos neles não porque são bons mas porque queremos mostrar ao Blair que estamos zangados. Se está a potenciar todas as suas qualidades, como quer fazer com os seus concidadãos, o gajo é mesmo fraco.
Mas, para o meu espanto ser total, a carta termina com um pedido de apoio financeiro (acompanhado do respectivo formulário) a que humildemente chama "donation".
Tenho pena dos Britânicos. Têm, a nível político, o mesmo problema que Portugal. O Governo pode fazer muitas asneiras que a Oposição consegue ser mais mediocre.
Em Portugal, a Oposição tem à cabeça os indivíduos que o País correu do Governo. Aqui, a Oposição é liderada por um partido que apoiou o Blair nas decisões mais incríveis quando este até tinha o seu próprio partido dividido... Em ambos os casos, parece-me que se vive numa situação de défice democrático, não porque os Governos sejam ditatoriais mas porque há má informação (e consequente ignorância) e falta de escolha... Nesse aspecto, em teoria os Espanhóis deram uma boa lição democrática mas em condições quase surrealistas. Parece que foi preciso uma bomba para se lembrarem que a estabilidade dos índices económicos não é tudo e sair da hipnose lançada pelo Aznar. Ainda assim, não é para mim claro que a escolha tenha sido a menos má: o tempo o dirá. Cá, vai ser mais difícil o Labour cair, até porque conseguiu criar a imagem de que é o partido natural no poder.

Esclareço que eu tenho direito a votar neste País (não o vou fazer, não conheço os políticos locais e talvez esteja em Portugal a 13 de Junho), assim como entrei logo para o Sistema Nacional de Saúde. Basta-me inscrever como residente. Aqui não há BI, os Ingleses são contra a sua introdução porque alegadamente corresponde a uma perda de liberdade e privacidade. O atestado de residência é usado para tudo. Isso não significa que tenha cidadania. No meu caso não é relevante porque sou cidadão comunitário. Mas os meus colegas Egípcios ou Turcos precisam de visto sempre que querem ir à Europa Continental porque o Reino Unido não pertence ao espaço Schengen. Estes gajos são sempre os últimos a alinhar, os outros que experimentem primeiro...

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