Nuno

Hoje houve um jantar a três, tão inusitado quanto inesquecível. Entre muitas reflexões importantes, uma que já não é idédita para mim mas que sempre me comove e me faz pensar na sorte que tenho.
Austrália, Bélgica, Bulgária, Canadá, China, Egipto, Espanha, Estados Unidos, Irão, Israel, Itália, Malásia, Portugal, Reino Unido (Escócia e Inglaterra), Rússia, Sérvia, Singapura: são estas as nacionalidades representadas nas menos de 40 pessoas que integram o Cancer Genomics Program, em que trabalho. Quando cheguei, há ano e meio, também a Alemanha, a França, Gales, a Irlanda e a Turquia estavam representados. Há judeus, muçulmanos, budistas, católicos, protestantes, hindús e ateus, para já não falar em etnias ou orientações políticas. Estas pessoas trabalham (e bem) juntas, almoçam juntas, jogam futebol juntas, vão ao cinema juntas, vão a casa umas das outras, enfim, partilham espaço e tempo profissionais, sociais, pessoais... Como em todos os meios, há problemas, mas essencialmente aqueles que resultam de questões de personalidade e normalmente geridos com civismo e tolerância.
Num mundo ainda muito xenófobo, dominado por medos e preconceitos e cuja história tem as páginas mais negras associadas a intolerâncias religiosas, étnicas, políticas e culturais, serão poucos os lugares assim. Conheceis algum?
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