quarta-feira, agosto 18, 2004
Sair pela porta grande
Se a "pausa" que menciona for, como acredito, definitiva, o jogador revelou mais inteligência e lucidez do que muitas figuras proeminentes da política, do desporto, do espectáculo, da ciência e de todas as actividades em que a acção de um só indivíduo tem impacto dominante em muita gente. Suponho que este protagonismo especial tende a preencher muito a vida de quem o sente e, por isso, torna-se viciante, até porque exacerba a auto-estima e o espírito de missão.
O Salazar devia ter caido da cadeira 20 anos antes. A Amália devia ter parado de cantar um pouco mais cedo. O Soares devia ter-se retirado da vida política no dia em deixou de ser Presidente. O Jordan não devia ter voltado a jogar no dia em que definitivamente deixou os Bulls. O Watson já não devia dar palestras. O Papa... O Fidel...
Ao afirmar "vimos surgir um novo grupo de futebolistas, capaz de garantir a continuidade do nível alcançado pelo futebol português na última década" mostra ter os pés assentes na terra e dá um bom exemplo. É a passagem de testemunho natural, não forçada...
1 comentários
Comentários Blogger(1):
Parece que o rapaz afinal até está disponível para jogar jogos mais complicados, se for absolutamente "indispensável". O que, ainda assim, permite que só jogue enquanto fizer a diferença e não comece a passar muito tempo no banco. Dada a evolução de jogadores como o Ronaldo, o Simão ou o Quaresma e o natural envelhecimento do Figo, suspeito que não será indispensável durante muito mais tempo. Nesse sentido, ter o Scolari como seleccionador garante a boa gestão do caso. Tal como aconteceu com o Romário e (por motivos ainda obscuros) com o Baía, os jogadores não são chamados pelo prestígio do nome.
Por Nuno, Ã s 11:45 da manhã
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