quarta-feira, junho 22, 2005
Screening...
O nosso laboratório foi hoje visitado pelo Prince Philip, mais conhecido por ser marido da Raínha e Duque de Edimburgo mas que também é "Chancelor" da Universidade de Cambridge. Os media, sempre prontos a minar reputações, disseminaram-lhe uma certa fama de bronco, ignorante e algo racista. Era portanto com alguma curiosidade que se aguardava a visita de Sua Alteza Real.
O homem afinal é inteligente, informado e culto. Percebeu o fundamental das explicações que lhe foram dadas sobre o trabalho de investigação que por aqui se faz, fez perguntas muito pertinentes e revelou uma frescura de espírito extraordinária para a idade.
O episódio que descrevo a seguir é disso exemplo e mostra também que más reputações podem derivar de mal entendidos. A dada altura, a atenção do visitante detém-se num mapa-mundi com as fotografias de todos os membros do nosso programa geograficamente distribuidas em função da nacionalidade de cada um. É-lhe explicado que o nosso laboratório é muito internacional e tem gente de todos os Continentes. Salta logo a pergunta óbvia:
- Do you sreen them?
A que o anfitrião responde:
- We screen them for inteligence.
- Of course! But that is not what I meant. Do you actually screen them?
Nessa altura a má fama do homem condiciona a interpretação da pergunta e a resposta é mais tensa:
- I am afraid that would be unethical...
Mas o Chancelor esclarece:
- No, that is not what I meant. Do you screen for the predisposition for cancer? You have people from all over the world, it would be a nice study...
Antes da visita, um certo Português, republicano convicto, anunciou que se recusaria a fazer a vénia ao saudar o visitante. No entanto, e numa atitude aparentemente contraditória, fez questão de tirar uma foto com Sua Alteza Real. Motivo: o reluzente alfinete do Benfica na lapela. A foto permitirá ilustrar uma conversa virtual em que o Príncipe lhe pergunta pelo Eusébio. Na verdade, para decepção do devoto lampião, o homem nem reparou no alfinete...
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O homem afinal é inteligente, informado e culto. Percebeu o fundamental das explicações que lhe foram dadas sobre o trabalho de investigação que por aqui se faz, fez perguntas muito pertinentes e revelou uma frescura de espírito extraordinária para a idade.
O episódio que descrevo a seguir é disso exemplo e mostra também que más reputações podem derivar de mal entendidos. A dada altura, a atenção do visitante detém-se num mapa-mundi com as fotografias de todos os membros do nosso programa geograficamente distribuidas em função da nacionalidade de cada um. É-lhe explicado que o nosso laboratório é muito internacional e tem gente de todos os Continentes. Salta logo a pergunta óbvia:
- Do you sreen them?
A que o anfitrião responde:
- We screen them for inteligence.
- Of course! But that is not what I meant. Do you actually screen them?
Nessa altura a má fama do homem condiciona a interpretação da pergunta e a resposta é mais tensa:
- I am afraid that would be unethical...
Mas o Chancelor esclarece:
- No, that is not what I meant. Do you screen for the predisposition for cancer? You have people from all over the world, it would be a nice study...
Antes da visita, um certo Português, republicano convicto, anunciou que se recusaria a fazer a vénia ao saudar o visitante. No entanto, e numa atitude aparentemente contraditória, fez questão de tirar uma foto com Sua Alteza Real. Motivo: o reluzente alfinete do Benfica na lapela. A foto permitirá ilustrar uma conversa virtual em que o Príncipe lhe pergunta pelo Eusébio. Na verdade, para decepção do devoto lampião, o homem nem reparou no alfinete...
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