sexta-feira, janeiro 27, 2006
Preconceito machista pouco dissimulado
N. e C. são um casal de Australianos da minha idade a viver em Inglaterra há dois anos. C. é veterinário e tem dupla nacionalidade, possuindo passaporte britânico. N. é minha colega, trabalha em Ciência. Têm um casamento estável e feliz. Vivem no apartamento da clínica em que C. trabalha.
A N. viaja bastante em trabalho e, quando é possível, "leva" o C. com ela. Aliás, os dois têm aproveitado também as férias para conhecer melhor a Europa.
Há duas semanas, N. foi chamada a Londres (creio que ao Consulado) para regularizar a sua situação de imigrante, que levantava muitas dúvidas. As autoridades não compreendiam como e por que motivo uma jovem mulher casada se ausentava tantas vezes do País sem o marido. N. foi obrigada a entregar, para além de comprovativo de residência, vários documentos para provar a sua situação: o Presidente do Departamento redigiu uma carta a comprovar que era cientista e que viajava bastante em trabalho; os colegas veterinários de C. escreveram a dizer que N. morava com o marido, que tinham uma relação feliz e que viajavam muitas vezes juntos. Para além disso, N. teve que lembrar-lhes que o facto de C. não ter tantos carimbos no passaporte não significava que não viajasse: embora o Reino Unido não pertença ao Espaço Schengen, cidadãos britânicos não levam carimbo quando vão ao continente, da mesma forma que eu tambem não levo quando entro no Reino Unido. E precisamente pelo mesmo motivo, cidadãos não Europeus levam carimbo (e, às vezes, precisam de visto) para entrar no Espaço Schengen.
Pergunta: se fosse C. o cientista viajante, será que o teriam chamado? Eu creio que não, há cá muitos homens numa situação semelhante e nunca ouvi relato semelhante...
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A N. viaja bastante em trabalho e, quando é possível, "leva" o C. com ela. Aliás, os dois têm aproveitado também as férias para conhecer melhor a Europa.
Há duas semanas, N. foi chamada a Londres (creio que ao Consulado) para regularizar a sua situação de imigrante, que levantava muitas dúvidas. As autoridades não compreendiam como e por que motivo uma jovem mulher casada se ausentava tantas vezes do País sem o marido. N. foi obrigada a entregar, para além de comprovativo de residência, vários documentos para provar a sua situação: o Presidente do Departamento redigiu uma carta a comprovar que era cientista e que viajava bastante em trabalho; os colegas veterinários de C. escreveram a dizer que N. morava com o marido, que tinham uma relação feliz e que viajavam muitas vezes juntos. Para além disso, N. teve que lembrar-lhes que o facto de C. não ter tantos carimbos no passaporte não significava que não viajasse: embora o Reino Unido não pertença ao Espaço Schengen, cidadãos britânicos não levam carimbo quando vão ao continente, da mesma forma que eu tambem não levo quando entro no Reino Unido. E precisamente pelo mesmo motivo, cidadãos não Europeus levam carimbo (e, às vezes, precisam de visto) para entrar no Espaço Schengen.
Pergunta: se fosse C. o cientista viajante, será que o teriam chamado? Eu creio que não, há cá muitos homens numa situação semelhante e nunca ouvi relato semelhante...
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