terça-feira, fevereiro 28, 2006
A nossa Shrove Tuesday...
segunda-feira, fevereiro 27, 2006
Com os génios da Física e do Futebol
Liberdade de expressão
sexta-feira, fevereiro 24, 2006
Um guerreiro em Ely
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
Sidra e cerveja...
O Norte
Não concordo com tudo o que está escrito mas não poderia deixar de reproduzir aqui este delicioso texto do Miguel Esteves Cardoso (obrigado Mercedes).
Primeiro, as verdades. O Norte é mais Português que Portugal. As minhotas são as raparigas mais bonitas do País. O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela. As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.
Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca. Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas. Mais verdades. No Norte a comida é melhor. O vinho é melhor. O serviço é melhor. Os preços são mais baixos. Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia. Estas são as verdades do Norte de Portugal. Mas há uma verdade maior. É que só o Norte existe. O Sul não existe. As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta. Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte. No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista? No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.
Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país. Não haja enganos. Não falam do Norte para separá-lo de Portugal. Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal. Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal. Mas o Norte é onde Portugal começa. Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo. Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte. Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa. Mais ou menos peninsular, ou insular. É esta a verdade. Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte.
Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.
No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa. O Norte cheira a dinheiro e a alecrim. O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade. Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.
O Norte é feminino. O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.
As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos. Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito.
Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas. São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem.
As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente. Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial. Só descomposturas, e mimos, e carinhos. O Norte é a nossa verdade. Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores.
Depois percebi. Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte". Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo.
Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente. No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima.
Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita. O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os-Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.
O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?
0 comentários
Primeiro, as verdades. O Norte é mais Português que Portugal. As minhotas são as raparigas mais bonitas do País. O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela. As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.
Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca. Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas. Mais verdades. No Norte a comida é melhor. O vinho é melhor. O serviço é melhor. Os preços são mais baixos. Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia. Estas são as verdades do Norte de Portugal. Mas há uma verdade maior. É que só o Norte existe. O Sul não existe. As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta. Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte. No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista? No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.
Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país. Não haja enganos. Não falam do Norte para separá-lo de Portugal. Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal. Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal. Mas o Norte é onde Portugal começa. Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo. Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte. Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa. Mais ou menos peninsular, ou insular. É esta a verdade. Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte.
Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.
No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa. O Norte cheira a dinheiro e a alecrim. O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade. Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.
O Norte é feminino. O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.
As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos. Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito.
Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas. São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem.
As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente. Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial. Só descomposturas, e mimos, e carinhos. O Norte é a nossa verdade. Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores.
Depois percebi. Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte". Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo.
Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente. No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima.
Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita. O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os-Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.
O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?
0 comentários
terça-feira, fevereiro 21, 2006
1-0
Parabéns ao Benfica! Não só ganhou ao Campeão Europeu como foi, das equipas que jogaram em casa (consideradas menos favoritas), a que conseguiu melhor resultado. Soube mais uma vez muito bem ter uma equipa portuguesa a “limpar o sebo” a uma inglesa. A 2a mão promete!
2 comentários
2 comentários
sábado, fevereiro 18, 2006
O nosso Carnaval
domingo, fevereiro 12, 2006
Apontamentos
Este extraordinário post do Pedro suscitou em mim duas reflexões:
1. No Reino Unido, a maior parte do financiamento para investigação no domínio do cancro é proveniente de charities. Cá estas instituições de beneficiência e sem fins lucrativos têm uma organização e uma capacidade de acção ímpares (pelo menos na Europa). Creio que o dinheiro do meu salário provém de uma. O novo monitor do computador em que trabalho foi pago pela Cancer Research UK. E é também a CRUK que está a pagar a construção do edifício que alojará um novo Instituto de investigação em Oncologia aqui em Cambridge.
O dinheiro resulta essencialmente da generosidade das pessoas. Esta generosidade está associada a uma grande consciência social e à sensibilização para o impacto que o avanço científico pode ter na qualidade de vida e nos índices de sobrevivência das pessoas com cancro. Pessoas que sobreviveram a um cancro contribuem para que outros, em situações ainda mais complicadas, possam ter a mesma sorte. Familiares daqueles que sofrem e até dos que sucumbiram também contribuem porque reconhecem o esforço dos profissionais de saúde e a necessidade de mais conhecimento, para que outros possam ter mais sorte.
O cidadão comum que contribui para a causa sente-se assim também envolvido na investigação: é mais curioso e mais exigente em relação à Ciência porque quer saber em que se anda a gastar o dinheiro com que participa. Isto gera nos cientistas uma atitute mais responsável. O dinheiro não pode ser mal gasto e é fundamental explicar bem ao público a natureza e a importância do trabalho que se faz diariamente no laboratório. Os "dias abertos" e as press releases são uma constante. Estas iniciativas contribuem também para desenvolver a cultura científica de um povo e despertar nos jovens o gosto por uma área de estudos tão nobre.
Acho que em Portugal, nos últimos tempos, se tem conseguido uma maior aproximação entre os cientistas e a população, fruto de maiores e mais visíveis investimentos (basta pensar no "Ciência Viva") e numa maior mediatização de algumas individualidades (os cientistas já vão à televisão com alguma frequência). No entanto, creio que ainda falta na população este sentimento de também estar a participar nos avanços da Ciência e em muitos cientistas a preocupação de mostrar e explicar às pessoas a importância do que fazem. Sinto porém que a situação está a melhorar, sobretudo na área biomédica.
2. Numa altura em que o meu Doutoramento se aproxima do fim e decisões quanto ao futuro terão que ser tomadas, a possibilidade "Estados Unidos" é equacionada. O critério científico e os conselhos de quem tem experiência apontam-na como a escolha natural. Mas confesso que, para além da distância, aquela sociedade me assusta.
4 comentários
1. No Reino Unido, a maior parte do financiamento para investigação no domínio do cancro é proveniente de charities. Cá estas instituições de beneficiência e sem fins lucrativos têm uma organização e uma capacidade de acção ímpares (pelo menos na Europa). Creio que o dinheiro do meu salário provém de uma. O novo monitor do computador em que trabalho foi pago pela Cancer Research UK. E é também a CRUK que está a pagar a construção do edifício que alojará um novo Instituto de investigação em Oncologia aqui em Cambridge.
O dinheiro resulta essencialmente da generosidade das pessoas. Esta generosidade está associada a uma grande consciência social e à sensibilização para o impacto que o avanço científico pode ter na qualidade de vida e nos índices de sobrevivência das pessoas com cancro. Pessoas que sobreviveram a um cancro contribuem para que outros, em situações ainda mais complicadas, possam ter a mesma sorte. Familiares daqueles que sofrem e até dos que sucumbiram também contribuem porque reconhecem o esforço dos profissionais de saúde e a necessidade de mais conhecimento, para que outros possam ter mais sorte.
O cidadão comum que contribui para a causa sente-se assim também envolvido na investigação: é mais curioso e mais exigente em relação à Ciência porque quer saber em que se anda a gastar o dinheiro com que participa. Isto gera nos cientistas uma atitute mais responsável. O dinheiro não pode ser mal gasto e é fundamental explicar bem ao público a natureza e a importância do trabalho que se faz diariamente no laboratório. Os "dias abertos" e as press releases são uma constante. Estas iniciativas contribuem também para desenvolver a cultura científica de um povo e despertar nos jovens o gosto por uma área de estudos tão nobre.
Acho que em Portugal, nos últimos tempos, se tem conseguido uma maior aproximação entre os cientistas e a população, fruto de maiores e mais visíveis investimentos (basta pensar no "Ciência Viva") e numa maior mediatização de algumas individualidades (os cientistas já vão à televisão com alguma frequência). No entanto, creio que ainda falta na população este sentimento de também estar a participar nos avanços da Ciência e em muitos cientistas a preocupação de mostrar e explicar às pessoas a importância do que fazem. Sinto porém que a situação está a melhorar, sobretudo na área biomédica.
2. Numa altura em que o meu Doutoramento se aproxima do fim e decisões quanto ao futuro terão que ser tomadas, a possibilidade "Estados Unidos" é equacionada. O critério científico e os conselhos de quem tem experiência apontam-na como a escolha natural. Mas confesso que, para além da distância, aquela sociedade me assusta.
4 comentários
sábado, fevereiro 11, 2006
Futeboladas que só cá...
Ir para o parque às 11h da manhã de Sábado jogar futebol na relva... Acabar o jogo, atravessar a rua e beber uma cerveja (ou, no meu caso, lemonade and lime) num Pub enquanto se assiste a um jogo de futebol da Premiership que começou às 13h...
Cá os jogos começam cedo para que os milhões de Ingleses que passam o Sábado a contar pints consumidas tenham algo mais com que se entreter*.
Já agora, li ontem um dos mais brilhantes clichés associados a uma característica emblemática deste povo: social dis-ease**.
*Não obstante o jocoso comentário, devo dizer que admiro o facto de cá os jogos do Campeonato se realizarem nos fins de semana de Natal e Ano Novo e, em particular, no boxing day (26 de Dezembro).
**O hífen é importante.
0 comentários
Cá os jogos começam cedo para que os milhões de Ingleses que passam o Sábado a contar pints consumidas tenham algo mais com que se entreter*.
Já agora, li ontem um dos mais brilhantes clichés associados a uma característica emblemática deste povo: social dis-ease**.
*Não obstante o jocoso comentário, devo dizer que admiro o facto de cá os jogos do Campeonato se realizarem nos fins de semana de Natal e Ano Novo e, em particular, no boxing day (26 de Dezembro).
**O hífen é importante.
0 comentários
Quantas cobras conheces?
Esta foi-me enviada pela Mãe:
Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo que só vivia para brilhar. Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir. Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada. No terceiro dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente para ninguém mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!
4 comentários
Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo que só vivia para brilhar. Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir. Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada. No terceiro dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente para ninguém mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!
4 comentários