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segunda-feira, abril 02, 2007


Serão mais perfeito 

A ocasião era já de um êxtase sereno pelo poder da amizade, do poderoso afecto, da empatia e do amor platónico que me unem à companhia que consegui juntar nesse serão.


A entrada no Clube de Fado foi auspiciosa. A lenda viva José Fontes Rocha aconchegava a guitarra e ia, descontraidamente, deleitando todos os que chegavam com os gorjeios que dela extraía. Era o prenúncio de uma noite memorável que aqueles ágeis dedos de 81 anos, sempre acompanhados de belas vozes, nos proporcionaram.


O melhor estava mesmo reservado para a “segunda volta”, quando a boa comida já não brincava com outros sentidos nem desviava o olhar, quando a noite já tinha entrado na fase de hipnose e quando a aproximação física aos artistas nos permitiu contemplar todos os detalhes. Reapareceu a Joana, raptando-me olhos e ouvidos com a voz terna e maviosa, o talento avassalador mas despretensioso, a expressividade meiga e genuína e o sorriso luminoso. Fui olhando em redor, em especial para as faces mais queridas, e contemplando a capacidade que a música tem de sedimentar sentimentos e sensações, no meu caso a amizade e o júbilo. Tinha sido escolhido o repertório certo para esse último fôlego de fado. Entraram com o meu favorito “Amor Mais Perfeito” e encerraram a noite com o clássico “Havemos de Ir a Viana”, como se adivinhassem que Viana era o destino último no nosso roteiro de férias.
E depois veio a simpática conversa com a Joana e a grata intuição que as qualidades que lhe projectamos quando a vemos e ouvimos cantar não se esgotam com o fim das canções nem são meramente artísticas: são intrínsecas à pessoa.

Que bem combinam os afectos e a música...

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