quinta-feira, abril 29, 2004
2000!
Visitante 1000: Teresa, Holanda (2004/04/02)
Visitante 2000: Geraldo, Inglaterra (2004/04/29)
Obrigado!
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Visitante 2000: Geraldo, Inglaterra (2004/04/29)
Obrigado!
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Cultura
Em Portugal, podiam fazer o mesmo... Não me parece que fosse grande o rombo no Orçamento...
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terça-feira, abril 27, 2004
Esperança para a Ciência (3)
Concluo por agora este assunto com uma nota mais pessoal. Eu não sei onde vou estar ou o que vou fazer daqui 5 ou 10 anos. A Vida dá muitas voltas... Mas espero poder dar o retorno do investimento que o País fez em mim. Realizar-me-ei se um dia perceber que contribuí para que se fizesse boa Ciência em Portugal e para que se acabasse com o culto da mediocridade e do queixume na nossa Academia.
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Esperança para a Ciência (2)
É importante que quem está fora do meio saiba que não foi por falta de boas ideias ou de pessoas inteligentes com boa vontade que a Ciência em Portugal não avançou mais. Aliás, na última década a Ciência em Portugal deu um salto qualitativo: há mais laboratórios, muitos mais doutorandos e doutorados (alguns em universidades estrangeiras de excelência), publica-se mais e até já se avaliam instituições...
No entanto, a situação ainda não é satisfatória e, a meu ver, e depois de muitas conversas a este respeito, parece-me que todas as causas do problema têm um tronco comum.
Em Portugal, faz-se pouca investigação na indústria e a Ciência sempre esteve ligada às Universidades, que são maioritariamente públicas. Esta situação cria vícios.
Em primeiro lugar, a dependência do Estado politiza a Ciência. Os Governos, por serem responsáveis pela maioria do financiamento, querem controlar tudo e definem prioridades científicas com base em prioridades políticas.
As Universidades, por sua vez, acomodam-se a uma situação em que não têm que concorrer a fontes de financiamento alternativo. É mais fácil meter muitos alunos (bons ou maus) para ir buscar mais dinheiro (uma vez que ainda temos finaciamento per capita) do que entrar em concursos em que o mérito seja condição. Por outro lado, o pessoal científico em Portugal pertence à Função Pública. Desde que se cumpra com as aulinhas e não se dê muita bronca, o contrato é vitalício. Para além disso, como o número de vagas em cada escalão hierárquico é fixo, trabalhar mais e melhor não garante promoção. E assim acabamos por ter, com algumas honrosas excepções, uma comunidade académica mediocre com um medo de morte de avaliações que provem a sua mediocridade.
Há uns anos, o Ministro Mariano Gago tentou integrar a carreira de Investigador na estrutura universitária. As Universidades levantaram tantos problemas que os Laboratórios Associados acabaram por ser a solução possível. Tudo porque os senhores Professores temeram a concorrência dos Investigadores. Aposto que, se pudesse, o Zé Mariano teria mandado para a reforma uns quantos Catedráticos. Eu apoiaria.
Sempre que vem uma medida que vise promover competição entre instituições vem sempre o chavão do “princípio de igualdade” e a desculpa de que é perigoso promover o elitismo. Porquê? Os países de referência em Ciência têm Universidades de elite...
Sempre que abre um concurso para uma vaga de docente, os candidatos cujo percurso académico foi todo feito na própria instituição estão em vantagem, mesmo que tenham um currículo pior - cá chamam a isso inbreeding.
Sempre que se adopta um estilo empresarial de gestão que premeie a produtividade, lá vem o argumento da privatização de interesses e da venda ao capital.
Quase todos os bons cientistas portugueses a trabalhar no estrangeiro defendem que os laboratórios que não atingem patamares mínimos de qualidade devem deixar de ser financiados. Sempre que o fazem publicamente chamam-lhes fascistas. Com sorte, respondem-lhes condescendentemente: “está fora há muitos anos, a realidade portuguesa é diferente...”. Há quem se contente apenas por existir, por fazer a sua experência doméstica, por publicar na revista local. Como se a Ciência não fosse internacional, universal...
No Instituto de Histologia (Faculdade de Medicina de Lisboa) estimula-se os alunos de Medicina que lá fazem estágios de investigação a apresentar os seus trabalhos em Inglês, para se irem habituando à língua franca da Ciência. Na Faculdade há quem ache isto snob.
Resumindo, ser excelente dá muito trabalho e ninguém quer trabalhar. Daí o medo de avaliações externas, de competição...
Há uns anos, num encontro de estudantes de Física, discutia-se o futuro profissional dos Engenheiros Físicos. Na altura, manifestei optimismo e disse que os bons profissionais teriam sempre emprego. Perguntaram-me: “então e os mais fracos?” Eu respondi: “esses devem esforçar-se por ser bons.” Quase me queimavam vivo...
É preciso criar, de uma vez por todas, a consciência colectiva de que a Ciência e a Academia não existem para dar emprego mas sim para servir a Sociedade e o Saber. Aliás, não faz sentido querer-se um emprego qualquer se não se pode ser útil. E não pode haver Ciência fraca: é inútil...
O Reino Unido tem a maior produtividade científica da Europa e não é o país com maior investimento público em Ciência. Mas aqui a gestão do dinheiro é feita por comissões científicas independentes do Estado. Aqui os contratos permanentes são mais difíceis mas atribuídos por mérito. Aqui os laboratórios que não publicam são obrigados a fechar. E, mais interessante ainda, aqui os cientistas explicam às pessoas o que andam a fazer e muito do dinheiro para Ciência (em especial para a área da Medicina) vem de donativos.
Poderia dar o exemplo dos Estados Unidos mas não conheço tão bem e não defendo o modelo americano de “corda na garganta”, competição desenfreada e capitalismo selvagem aplicado à Ciência. Parece-me que forma cientistas produtivos mas incultos e pouco escrupulosos, com consequências morais e democráticas negativas.
Eu adoro trabalhar em Ciência. É um espaço de liberdade, de autonomia, de desafio, de estímulo, de informação, de actualização, de universalidade... É onde se encontram as pessoas mais interessantes. Mas trabalhar em Ciência é duro. Não há horários, não há quem nos diga o que fazer, não sabemos de antemão o produto final do nosso trabalho, não se ganha muito dinheiro... É preciso competir mas é preciso colaborar. É preciso publicar e é preciso arranjar dinheiro para os projectos. É preciso perceber conceitos complicados e é preciso saber explicá-los.
Por isso é complexa, por isso é elitista, por isso dá tanta discussão mas só assim é que funciona e Portugal vai ter que o perceber.
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No entanto, a situação ainda não é satisfatória e, a meu ver, e depois de muitas conversas a este respeito, parece-me que todas as causas do problema têm um tronco comum.
Em Portugal, faz-se pouca investigação na indústria e a Ciência sempre esteve ligada às Universidades, que são maioritariamente públicas. Esta situação cria vícios.
Em primeiro lugar, a dependência do Estado politiza a Ciência. Os Governos, por serem responsáveis pela maioria do financiamento, querem controlar tudo e definem prioridades científicas com base em prioridades políticas.
As Universidades, por sua vez, acomodam-se a uma situação em que não têm que concorrer a fontes de financiamento alternativo. É mais fácil meter muitos alunos (bons ou maus) para ir buscar mais dinheiro (uma vez que ainda temos finaciamento per capita) do que entrar em concursos em que o mérito seja condição. Por outro lado, o pessoal científico em Portugal pertence à Função Pública. Desde que se cumpra com as aulinhas e não se dê muita bronca, o contrato é vitalício. Para além disso, como o número de vagas em cada escalão hierárquico é fixo, trabalhar mais e melhor não garante promoção. E assim acabamos por ter, com algumas honrosas excepções, uma comunidade académica mediocre com um medo de morte de avaliações que provem a sua mediocridade.
Há uns anos, o Ministro Mariano Gago tentou integrar a carreira de Investigador na estrutura universitária. As Universidades levantaram tantos problemas que os Laboratórios Associados acabaram por ser a solução possível. Tudo porque os senhores Professores temeram a concorrência dos Investigadores. Aposto que, se pudesse, o Zé Mariano teria mandado para a reforma uns quantos Catedráticos. Eu apoiaria.
Sempre que vem uma medida que vise promover competição entre instituições vem sempre o chavão do “princípio de igualdade” e a desculpa de que é perigoso promover o elitismo. Porquê? Os países de referência em Ciência têm Universidades de elite...
Sempre que abre um concurso para uma vaga de docente, os candidatos cujo percurso académico foi todo feito na própria instituição estão em vantagem, mesmo que tenham um currículo pior - cá chamam a isso inbreeding.
Sempre que se adopta um estilo empresarial de gestão que premeie a produtividade, lá vem o argumento da privatização de interesses e da venda ao capital.
Quase todos os bons cientistas portugueses a trabalhar no estrangeiro defendem que os laboratórios que não atingem patamares mínimos de qualidade devem deixar de ser financiados. Sempre que o fazem publicamente chamam-lhes fascistas. Com sorte, respondem-lhes condescendentemente: “está fora há muitos anos, a realidade portuguesa é diferente...”. Há quem se contente apenas por existir, por fazer a sua experência doméstica, por publicar na revista local. Como se a Ciência não fosse internacional, universal...
No Instituto de Histologia (Faculdade de Medicina de Lisboa) estimula-se os alunos de Medicina que lá fazem estágios de investigação a apresentar os seus trabalhos em Inglês, para se irem habituando à língua franca da Ciência. Na Faculdade há quem ache isto snob.
Resumindo, ser excelente dá muito trabalho e ninguém quer trabalhar. Daí o medo de avaliações externas, de competição...
Há uns anos, num encontro de estudantes de Física, discutia-se o futuro profissional dos Engenheiros Físicos. Na altura, manifestei optimismo e disse que os bons profissionais teriam sempre emprego. Perguntaram-me: “então e os mais fracos?” Eu respondi: “esses devem esforçar-se por ser bons.” Quase me queimavam vivo...
É preciso criar, de uma vez por todas, a consciência colectiva de que a Ciência e a Academia não existem para dar emprego mas sim para servir a Sociedade e o Saber. Aliás, não faz sentido querer-se um emprego qualquer se não se pode ser útil. E não pode haver Ciência fraca: é inútil...
O Reino Unido tem a maior produtividade científica da Europa e não é o país com maior investimento público em Ciência. Mas aqui a gestão do dinheiro é feita por comissões científicas independentes do Estado. Aqui os contratos permanentes são mais difíceis mas atribuídos por mérito. Aqui os laboratórios que não publicam são obrigados a fechar. E, mais interessante ainda, aqui os cientistas explicam às pessoas o que andam a fazer e muito do dinheiro para Ciência (em especial para a área da Medicina) vem de donativos.
Poderia dar o exemplo dos Estados Unidos mas não conheço tão bem e não defendo o modelo americano de “corda na garganta”, competição desenfreada e capitalismo selvagem aplicado à Ciência. Parece-me que forma cientistas produtivos mas incultos e pouco escrupulosos, com consequências morais e democráticas negativas.
Eu adoro trabalhar em Ciência. É um espaço de liberdade, de autonomia, de desafio, de estímulo, de informação, de actualização, de universalidade... É onde se encontram as pessoas mais interessantes. Mas trabalhar em Ciência é duro. Não há horários, não há quem nos diga o que fazer, não sabemos de antemão o produto final do nosso trabalho, não se ganha muito dinheiro... É preciso competir mas é preciso colaborar. É preciso publicar e é preciso arranjar dinheiro para os projectos. É preciso perceber conceitos complicados e é preciso saber explicá-los.
Por isso é complexa, por isso é elitista, por isso dá tanta discussão mas só assim é que funciona e Portugal vai ter que o perceber.
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segunda-feira, abril 26, 2004
Esperança para a Ciência (1)
Parece-me unânime, no seio da comunidade científica, a opinião de que o modelo adoptado pelo MCES para "Estímulo à Excelência e à Formação de Recursos Humanos Qualificados" (resumo executivo aqui) é profundamente desajustado. Os motivos foram já discutidos aqui e em muitos outros sitíos. Perante um tal cenário de descontentamento generalizado, pode tomar-se quatro atitudes: a de cacicado, a autista, a destrutiva e a construtiva.
O cacicado está comprometido até às orelhas com as forças políticas no Poder e, portanto, apoia todas as medidas mesmo sem saber porquê e mesmo que não saiba nada de Ciência.
A autista é a atitude acrítica, nula, acéfala. Consiste no desinteresse, no aceitar das medidas sem procurar saber detalhes, no não omitir opinião para não se assumir uma tendência política, no manifestar indiferença para não se ser apanhado em falso num raciocínio, no fingir que se acredita que as coisas não podem mudar...
A destrutiva é também muito primária e, por isso, bastante generalizada. É a dos cacicados do outro lado. Assume-se que há má fé e que tudo o que o Governo faz tem um propósito eleitoralista. Usam-se os chavões "demagogia", "cosmética", "cauda da Europa". É sempre lançada pela Oposição e naturalmente amplificada pelos media, sedentos de polémica. É partilhada por alguns cientistas a trabalhar em Portugal, que assim têm uma desculpa para a sua baixíssima produtividade. É também assumida por outros que estão fora, que assim dão finalmente justificação e enquadramento moral ao incómodo que é largar o conforto das condições óptimas em que trabalham para regressar, lutar pela melhoria da Ciência lusa e dar retorno ao investimento feito neles pelo País. Sim, muitos deles esquecem-se que só tiveram acesso às condições de trabalho de que dispõem porque Portugal lhes facultou um financiamento que foi chave para uma mais fácil aceitação pelas instituições de topo a que pertencem (é muito mais fácil ser-se aceite quando se leva dinheiro "próprio"). São os mesmos que me dizem: "se voltares és burro, vais-te queimar, desiludir e não mudas nada...". Percebem todos imenso do assunto mas sugestões e propostas alternativas é que nem vê-las...
Felizmente ainda há muita gente inteligente que entende que o contributo mais útil é influenciar e colaborar com quem tem o dinheiro e o poder de decisão. Afinal, há verbas que podem ser bem gastas e é muito provável que a Ministra até esteja bem intencionada e que, nesse sentido, estejamos todos a puxar para o mesmo lado. Insultar não ajuda... Mais, olhando para tudo o que li, as opiniões mais críticas mas ao mesmo tempo mais consitentes, serenas e construtivas vieram de cientistas no estrangeiro. O Governo está em Portugal, não vê de fora, precisa de ajuda... Essa ajuda há-de chegar em breve através de uma carta aberta, assinada por alguns dos mais reputados cientistas portugueses. Não é a primeira vez que a comunidade científica se move desta forma e tem havido sempre resposta positiva por parte do poder político. No dito documento, a intenção política e a disponibilidade financeira do Governo são elogiadas e o modelo proposto é criticado de forma construtiva. O documento ainda está em elaboração e só lhe terei acesso mais tarde (sim, doutorandos e post-docs vão ser chamados a contribuir) mas as linhas mestras já estão mais ou menos definidas. A Ministra vai ser aconselhada a mudar o grupo alvo para cientistas mais novos (na casa dos 35-45 anos), com capacidade e vontade de começar novos laboratórios. Vai sugerir-se uma ponderação dos critérios que permita ter em conta diferenças entre áreas do saber (é mais fácil publicar numas do que noutras). Deve ser proposta uma forma alternativa de quantificar o impacto das publicações (por exemplo, é preferível ter 20 artigos com 10 citações cada do que 100 com 2 cada). E, pelo que sei, a mensagem apontará no sentido de se despolitizar a atribuição de fundos, por forma a que os cientistas possam ter um papel mais activo, dominante e, sobretudo, independente nos centros de decisão. Logo que tenha mais informações sobre o documento, dou. E divulgá-lo-ei aqui quando estiver pronto. De qualquer modo, é desta comunidade científica que eu quero e me orgulho de fazer parte.
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O cacicado está comprometido até às orelhas com as forças políticas no Poder e, portanto, apoia todas as medidas mesmo sem saber porquê e mesmo que não saiba nada de Ciência.
A autista é a atitude acrítica, nula, acéfala. Consiste no desinteresse, no aceitar das medidas sem procurar saber detalhes, no não omitir opinião para não se assumir uma tendência política, no manifestar indiferença para não se ser apanhado em falso num raciocínio, no fingir que se acredita que as coisas não podem mudar...
A destrutiva é também muito primária e, por isso, bastante generalizada. É a dos cacicados do outro lado. Assume-se que há má fé e que tudo o que o Governo faz tem um propósito eleitoralista. Usam-se os chavões "demagogia", "cosmética", "cauda da Europa". É sempre lançada pela Oposição e naturalmente amplificada pelos media, sedentos de polémica. É partilhada por alguns cientistas a trabalhar em Portugal, que assim têm uma desculpa para a sua baixíssima produtividade. É também assumida por outros que estão fora, que assim dão finalmente justificação e enquadramento moral ao incómodo que é largar o conforto das condições óptimas em que trabalham para regressar, lutar pela melhoria da Ciência lusa e dar retorno ao investimento feito neles pelo País. Sim, muitos deles esquecem-se que só tiveram acesso às condições de trabalho de que dispõem porque Portugal lhes facultou um financiamento que foi chave para uma mais fácil aceitação pelas instituições de topo a que pertencem (é muito mais fácil ser-se aceite quando se leva dinheiro "próprio"). São os mesmos que me dizem: "se voltares és burro, vais-te queimar, desiludir e não mudas nada...". Percebem todos imenso do assunto mas sugestões e propostas alternativas é que nem vê-las...
Felizmente ainda há muita gente inteligente que entende que o contributo mais útil é influenciar e colaborar com quem tem o dinheiro e o poder de decisão. Afinal, há verbas que podem ser bem gastas e é muito provável que a Ministra até esteja bem intencionada e que, nesse sentido, estejamos todos a puxar para o mesmo lado. Insultar não ajuda... Mais, olhando para tudo o que li, as opiniões mais críticas mas ao mesmo tempo mais consitentes, serenas e construtivas vieram de cientistas no estrangeiro. O Governo está em Portugal, não vê de fora, precisa de ajuda... Essa ajuda há-de chegar em breve através de uma carta aberta, assinada por alguns dos mais reputados cientistas portugueses. Não é a primeira vez que a comunidade científica se move desta forma e tem havido sempre resposta positiva por parte do poder político. No dito documento, a intenção política e a disponibilidade financeira do Governo são elogiadas e o modelo proposto é criticado de forma construtiva. O documento ainda está em elaboração e só lhe terei acesso mais tarde (sim, doutorandos e post-docs vão ser chamados a contribuir) mas as linhas mestras já estão mais ou menos definidas. A Ministra vai ser aconselhada a mudar o grupo alvo para cientistas mais novos (na casa dos 35-45 anos), com capacidade e vontade de começar novos laboratórios. Vai sugerir-se uma ponderação dos critérios que permita ter em conta diferenças entre áreas do saber (é mais fácil publicar numas do que noutras). Deve ser proposta uma forma alternativa de quantificar o impacto das publicações (por exemplo, é preferível ter 20 artigos com 10 citações cada do que 100 com 2 cada). E, pelo que sei, a mensagem apontará no sentido de se despolitizar a atribuição de fundos, por forma a que os cientistas possam ter um papel mais activo, dominante e, sobretudo, independente nos centros de decisão. Logo que tenha mais informações sobre o documento, dou. E divulgá-lo-ei aqui quando estiver pronto. De qualquer modo, é desta comunidade científica que eu quero e me orgulho de fazer parte.
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domingo, abril 25, 2004
A foto do dia...
Gosto do simbolismo desta foto. Elogio esta iniciativa, num dia de algumas críticas...
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25 de Abril sempre!
Dedicada ao Filipe Moura:
(ainda hei-de gravar-te a cantar isto...)
Dedicado a todos (em especial à Napolitana Aniversariante):
Abril com "R"
Manuel Alegre
Trinta anos depois querem tirar o r
se puderem vai a cedilha e o til
trinta anos depois alguém que berre
r de revolução r de Abril
r até de porra r vezes dois
r de renascer trinta anos depois
Trinta anos depois ainda nos resta
da liberdade o l mas qualquer dia
democracia fica sem o d.
Alguém que faça um f para a festa
alguém que venha perguntar porquê
e traga um grande p de poesia.
Trinta anos depois a vida é tua
agarra as letras todas e com elas
escreve a palavra amor (onde somos sempre dois)
escreve a palavra amor em cada rua
e então verás de novo as caravelas
a passar por aqui: trinta anos depois.
Mais uma vez, agradecimentos à letrada Madrinha que forneceu o poema.
(ainda hei-de gravar-te a cantar isto...)
Dedicado a todos (em especial à Napolitana Aniversariante):
Abril com "R"
Manuel Alegre
Trinta anos depois querem tirar o r
se puderem vai a cedilha e o til
trinta anos depois alguém que berre
r de revolução r de Abril
r até de porra r vezes dois
r de renascer trinta anos depois
Trinta anos depois ainda nos resta
da liberdade o l mas qualquer dia
democracia fica sem o d.
Alguém que faça um f para a festa
alguém que venha perguntar porquê
e traga um grande p de poesia.
Trinta anos depois a vida é tua
agarra as letras todas e com elas
escreve a palavra amor (onde somos sempre dois)
escreve a palavra amor em cada rua
e então verás de novo as caravelas
a passar por aqui: trinta anos depois.
Mais uma vez, agradecimentos à letrada Madrinha que forneceu o poema.
sábado, abril 24, 2004
Estreias
Hoje, pela primeira vez em 2004, a temperatura chegou aos 20 graus centígrados. O ténis matinal consolou-me. A tarde foi passada a trabalhar enquanto outros faziam punting... Sem auto-comiseração porque a Primavera ainda agora começou e haverá mais Sábados assim, porque me vou baldar durante parte da semana, porque em 3 semanas terei direito a uns dias de turismo na Toscana, porque faço o que quero...
Hoje estreei-me a cozinhar tortilha de batata (mais difícil do que parece), depois de aprender com uma das amigas espanholas. Ficou um bocadinho salgada mas estava comestível.
Hoje joguei ténis na relva pela primeira vez. Amanhã há nova dose. Neste país a relva está em todo o lado, é fantástico. Praticar desporto no verde faz muito bem ao corpo e à alma. Em dias de Sol como o de hoje, é um prazer indescritível.
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Hoje estreei-me a cozinhar tortilha de batata (mais difícil do que parece), depois de aprender com uma das amigas espanholas. Ficou um bocadinho salgada mas estava comestível.
Hoje joguei ténis na relva pela primeira vez. Amanhã há nova dose. Neste país a relva está em todo o lado, é fantástico. Praticar desporto no verde faz muito bem ao corpo e à alma. Em dias de Sol como o de hoje, é um prazer indescritível.
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Vergonha...
Ainda estou para perceber quem é que decidiu que os Cipriotas gregos mereciam integrar a União Europeia... Afinal, nem se querem unir aos vizinhos mais próximos.
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A reacção dos ilustres...
Estava a pensar na melhor forma de enviar a minha opinião à Ministra mas provavelmente não se justifica porque os mais cotados cientistas lusos, entre os quais o meu amigo e colega Carlos Caldas, já reagiram (mal) às novas medidas para atracção de "cérebros".
Ainda assim, o nosso Primeiro lançou hoje uma mensagem que politicamente é positiva e que tem o mérito de ser quantitativa. Mas espero que ele perceba que quantidade não é qualidade...
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Ainda assim, o nosso Primeiro lançou hoje uma mensagem que politicamente é positiva e que tem o mérito de ser quantitativa. Mas espero que ele perceba que quantidade não é qualidade...
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sexta-feira, abril 23, 2004
O cirurgião virtual...
Uma das muitas coisas giras de trabalhar com médicos é que de vez em quando nos põem nas mãos brinquedos divertidíssimos. Hoje experimentei um simulador de Laparoscopia. É muito mais emocionante do que muitos jogos de computador, há a vida (ou pelo menos a saúde) de um ser humano em jogo. Agarrei, arranquei, cortei, queimei e clipei vasos sanguíneos na cavidade abdominal de um paciente virtual e... passei em todos os testes! Mentira, falhei um de propósito para ver como era queimar, cortar ou simplesmente dar porrada com as tenazes na parede interior do abdómen...
Como ainda me faltam 98 artigos e muitas citações, talvez me forme mais rapidamente em Cirurgia, pareço ter vocação...
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Como ainda me faltam 98 artigos e muitas citações, talvez me forme mais rapidamente em Cirurgia, pareço ter vocação...
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Universidades...
A notícia que abaixo transcrevo, extraída da Educare, foi-me enviada pela Madrinha (obrigado!).
Universidade de Lisboa entre as melhores do Mundo
Teresa Lima | 22.04.2004
Segundo um ranking elaborado por uma universidade chinesa, Portugal apenas tem um estabelecimento de Ensino Superior entre os 500 melhores do Mundo. O domínio norte-americano é avassalador.
A Universidade de Lisboa é uma das 500 melhores a nível internacional, segundo um ranking concebido entre 2000 e 2003 pela Shanghai Jiao Tong University - Institut of Higher Education (uma instituição chinesa e não japonesa, como tem sido noticiado).
A única universidade portuguesa que consta deste ranking está no grupo das que estão colocadas entre a 351.ª e a 400.ª posições. Os estabelecimentos de ensino norte-americanos têm uma presença esmagadora nos primeiros lugares, com a Universidade de Harvard à cabeça. A primeira universidade europeia a aparecer é a Universidade de Cambridge, na quinta posição. Sucede-lhe, do mesmo continente, a Universidade de Oxford, no nono lugar.
Entre os cinco critérios que condicionaram a classificação das universidades, aqueles em que a de Lisboa conseguiu marcar mais pontos foram, por ordem decrescente: o número de referências do estabelecimento no Science Citation Index Expanded (732) e no Social Science Citation Index (293); o número de prémios Nobel ligados à instituição entre 1911 e 2002 (o neurologista Egas Moniz, em 1949), e a publicação de artigos nas revistas científicas Nature e Science entre 2000 e 2002 (7); e o desempenho por faculdade, em que recebe 10 pontos em 20 possíveis.
Nos primeiros 50 lugares do ranking aparecem 35 universidades dos EUA, seis inglesas, duas suíças, duas japonesas, uma canadiana, uma sueca, uma holandesa, uma alemã e uma australiana - nenhuma do continente africano.
( Parabéns à Ruth, que está em Harvard... :) )
Dá que pensar. Alguém quer comentar?
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Universidade de Lisboa entre as melhores do Mundo
Teresa Lima | 22.04.2004
Segundo um ranking elaborado por uma universidade chinesa, Portugal apenas tem um estabelecimento de Ensino Superior entre os 500 melhores do Mundo. O domínio norte-americano é avassalador.
A Universidade de Lisboa é uma das 500 melhores a nível internacional, segundo um ranking concebido entre 2000 e 2003 pela Shanghai Jiao Tong University - Institut of Higher Education (uma instituição chinesa e não japonesa, como tem sido noticiado).
A única universidade portuguesa que consta deste ranking está no grupo das que estão colocadas entre a 351.ª e a 400.ª posições. Os estabelecimentos de ensino norte-americanos têm uma presença esmagadora nos primeiros lugares, com a Universidade de Harvard à cabeça. A primeira universidade europeia a aparecer é a Universidade de Cambridge, na quinta posição. Sucede-lhe, do mesmo continente, a Universidade de Oxford, no nono lugar.
Entre os cinco critérios que condicionaram a classificação das universidades, aqueles em que a de Lisboa conseguiu marcar mais pontos foram, por ordem decrescente: o número de referências do estabelecimento no Science Citation Index Expanded (732) e no Social Science Citation Index (293); o número de prémios Nobel ligados à instituição entre 1911 e 2002 (o neurologista Egas Moniz, em 1949), e a publicação de artigos nas revistas científicas Nature e Science entre 2000 e 2002 (7); e o desempenho por faculdade, em que recebe 10 pontos em 20 possíveis.
Nos primeiros 50 lugares do ranking aparecem 35 universidades dos EUA, seis inglesas, duas suíças, duas japonesas, uma canadiana, uma sueca, uma holandesa, uma alemã e uma australiana - nenhuma do continente africano.
( Parabéns à Ruth, que está em Harvard... :) )
Dá que pensar. Alguém quer comentar?
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Embrulhos
Hoje de manhã comprei um livro para oferecer a uma amiga aniversariante. Na maior parte das livrarias o papel de embrulho é pago à parte (!). Eu sabia disso. Dirigi-me ao balcão com o livro e uma folha do papel que mais me agradava e pedi então para me embrulharem o livro. "Lamento mas não fazemos embrulhos. Se quiser, empresto-lhe fita-cola e uma tesoura para fazer o embrulho aqui." Não, não havia mais clientes à espera de atendimento...
Sempre que se queixarem do atendimento em Portugal, lembrem-se que aqui são raras as lojas que embrulham presentes. Culturas...
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Sempre que se queixarem do atendimento em Portugal, lembrem-se que aqui são raras as lojas que embrulham presentes. Culturas...
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Dias
Hoje celebram-se o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor e, relacionadamente, na Catalunha, o dia de S.Jordi, em que os meninos oferecem rosas às meninas e as meninas oferecem livros (!) aos meninos.
É engraçado porque hoje de manhã estive numa livraria e cruzei-me com uma colega do laboratório que é catalã. Estava bem disposta mas algo ansiosa em busca de um livro especial... Só quando a Mercedes me enviou o mail a lembrar a data percebi o porquê.
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É engraçado porque hoje de manhã estive numa livraria e cruzei-me com uma colega do laboratório que é catalã. Estava bem disposta mas algo ansiosa em busca de um livro especial... Só quando a Mercedes me enviou o mail a lembrar a data percebi o porquê.
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Pátria em Junho
Aterro no Porto na noite de dia 31 de Maio (Segunda) e levanto na tarde de 17 de Junho (Quinta). Em princípio, de 1 a 7 de Junho estarei em Lisboa e nos restantes dias estarei em Viana. No entanto, convites para episódicas visitas a outros pontos do País são bem aceites. Espero ver-vos a todos nessa altura. Os meus contactos são os de sempre.
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E vão 2...
Graças à minha amiga Teresa Raquel Pacheco, já tenho mais um artigo publicado para o qual, confesso, dei uma contribuição muito humilde. Leiam e comentem... :)
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quarta-feira, abril 21, 2004
Tijolo vs. Tijolo
Este é o pior resultado para o coração de um adepto. 90 minutos de sofrimento inútil e agora há uma final na Corunha daqui a 2 semanas...
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Ainda a Ciência...
Aqui fica a opinião (com a qual concordo) do amigo Rui Sá, brilhante investigador luso que é orientado por Manuel Paiva, outro brilhante cientista de origem portuguesa:
Li não só no teu blog, mas também no Público de ontem, que o Damásio não
cumpre os critérios... Mas isso é provavelmente falso. Uma rápida
passagem pelo ISI diz-me que, após 1987, ele publicou 123 artigos, e se
pegarmos apenas no mais citado, esse artigo tem sozinho mais de 400
citações!
Mas a questão fundamental do ridículo da medida não é a definição de
excelência, seja ela qual for!
A questão é quem, no seu perfeito juízo, sendo excelente, deixa o seu
super-moderno, bem financiado, bem organizado, produtivo, etc, etc,
grupo de investigação, para vir, com uma bolsa de 2 anos (subinho BOLSA
e 2 ANOS), para Portugal, sem outras condições, sujeito ao favor
político para ter financiamento, sujeito à incapacidade nacional de
criar lugares atractivos para manter investigadores jovens e talentosos
(de quem no fundo a produtividade de um grupo depende!), etc, etc...
Temo que a medida tal como é proposta só atraia pessoas que não sejam
excelentes, mas que atingiram as 100 publicações de uma forma ou outra
(em algumas áreas não é dificil), ou então aqueles que "já foram"
excelentes, mas que estão em clara perda de velocidade... Ou então
alguém que procure uma carreira política, talvez como próximo ministro
da C&T. Este poderia ser, a meu ver, o único impacto eventualmente
positivo desta medida...
Um último ponto: as medidas de "caça aos cérebros fugidos" apenas
representam 2 a 3% do orçamento proposto e do tudo que contém a proposta
da ministra. É pena que ela tenha disponibilizado no site do mces um
documento opaco, cujo impacto é impossível de descortinar, e que dê um
prazo de menos de 30 dias para discussão. E é talvez mais grave ainda
que os jornalistas se apeguem apenas a esta medida, e não a tentar
descortinar o impacto das "novas" medidas no que toca aos restantes
97-98% do dinheiro em questão.
Já agora, leiam o muito bom artigo do António Barreto (obrigado Pedro!), que subscrevo em grande parte.
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Li não só no teu blog, mas também no Público de ontem, que o Damásio não
cumpre os critérios... Mas isso é provavelmente falso. Uma rápida
passagem pelo ISI diz-me que, após 1987, ele publicou 123 artigos, e se
pegarmos apenas no mais citado, esse artigo tem sozinho mais de 400
citações!
Mas a questão fundamental do ridículo da medida não é a definição de
excelência, seja ela qual for!
A questão é quem, no seu perfeito juízo, sendo excelente, deixa o seu
super-moderno, bem financiado, bem organizado, produtivo, etc, etc,
grupo de investigação, para vir, com uma bolsa de 2 anos (subinho BOLSA
e 2 ANOS), para Portugal, sem outras condições, sujeito ao favor
político para ter financiamento, sujeito à incapacidade nacional de
criar lugares atractivos para manter investigadores jovens e talentosos
(de quem no fundo a produtividade de um grupo depende!), etc, etc...
Temo que a medida tal como é proposta só atraia pessoas que não sejam
excelentes, mas que atingiram as 100 publicações de uma forma ou outra
(em algumas áreas não é dificil), ou então aqueles que "já foram"
excelentes, mas que estão em clara perda de velocidade... Ou então
alguém que procure uma carreira política, talvez como próximo ministro
da C&T. Este poderia ser, a meu ver, o único impacto eventualmente
positivo desta medida...
Um último ponto: as medidas de "caça aos cérebros fugidos" apenas
representam 2 a 3% do orçamento proposto e do tudo que contém a proposta
da ministra. É pena que ela tenha disponibilizado no site do mces um
documento opaco, cujo impacto é impossível de descortinar, e que dê um
prazo de menos de 30 dias para discussão. E é talvez mais grave ainda
que os jornalistas se apeguem apenas a esta medida, e não a tentar
descortinar o impacto das "novas" medidas no que toca aos restantes
97-98% do dinheiro em questão.
Já agora, leiam o muito bom artigo do António Barreto (obrigado Pedro!), que subscrevo em grande parte.
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Ainda a Paixão...
Já que o meu primo Carlos Filipe não quer pôr estas coisas que me envia no seu blog, divulgo-as eu.
Desconheço a origem do vídeo mas é, na minha opinião, humor tipicamente britânico. Faz-me lembrar (com as devidas distâncias) Monty Python e A Vida de Brian. Para ser honesto, lembro-me do Brian sempre que vejo uma crucificação...
Desconheço a origem do vídeo mas é, na minha opinião, humor tipicamente britânico. Faz-me lembrar (com as devidas distâncias) Monty Python e A Vida de Brian. Para ser honesto, lembro-me do Brian sempre que vejo uma crucificação...
Ajustes de graça...
Parece que a Ministra já percebeu que deve ajustar os critérios de atracção de investigadores. Deve ter ouvido poucas, nestes últimos dias... O Magueijo (que até tem direito a anedotário na Web) ainda é novo mas quando o Damásio não cumpre os critérios, algo tem que ser repensado...
Esperemos que a comunidade científica seja construtiva na crítica e saiba ajudar a Ministra. Eu lanço uma questão:
- Há áreas da Ciência em que é muito mais fácil publicar. Como compensar estas assimetrias?
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Esperemos que a comunidade científica seja construtiva na crítica e saiba ajudar a Ministra. Eu lanço uma questão:
- Há áreas da Ciência em que é muito mais fácil publicar. Como compensar estas assimetrias?
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sábado, abril 17, 2004
Conhecem?
Acabadinho de enviar pelo meu Pai:
O Comedor de Coelhinhas
A Sc. Yard (com o apoio da PJ) descobriu o malandreco que comeu as orelhas da "coelhinha" no dia 11 de Abril.
Face à evidência que a foto apresenta, o dito, não teve como negar!
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O Comedor de Coelhinhas
A Sc. Yard (com o apoio da PJ) descobriu o malandreco que comeu as orelhas da "coelhinha" no dia 11 de Abril.
Face à evidência que a foto apresenta, o dito, não teve como negar!
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sexta-feira, abril 16, 2004
ANADIÓMENA
Ao ler os comentários do Miguel, lembrei-me de uma sessão de poesia que partilhámos há cerca de uma década (em Monserrate, com direito a transmissão na Rádio) e de um certo poema do Jorge de Sena (na altura sublimemente declamado pela Maria José Miranda) que é apropriado para estes dias em que não temos nada para dizer mas queremos entreter o leitor:
PANDEMOS
Dentífona apriuna a veste iguana
de que se escalca auroma e tentavela.
Como superta e buritânea amela
se palquitonará transcêndia inana!
Que vúlcios defuratos, que inumana
sussúrica donstália penicela
às trícotas relesta demiquela,
fissivirão boíneos, ó primana!
Dentívolos palpículos, baissai!
Lingâmicos dolins, refucarai!
Por manivornas contumai a veste!
E, quando prolifarem as sangrárias,
lambidonai tutílicos anárias,
tão placitantos como o pedipeste.
Gostaram? É 1 de 4. Podem ler aqui os outros.
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PANDEMOS
Dentífona apriuna a veste iguana
de que se escalca auroma e tentavela.
Como superta e buritânea amela
se palquitonará transcêndia inana!
Que vúlcios defuratos, que inumana
sussúrica donstália penicela
às trícotas relesta demiquela,
fissivirão boíneos, ó primana!
Dentívolos palpículos, baissai!
Lingâmicos dolins, refucarai!
Por manivornas contumai a veste!
E, quando prolifarem as sangrárias,
lambidonai tutílicos anárias,
tão placitantos como o pedipeste.
Gostaram? É 1 de 4. Podem ler aqui os outros.
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quinta-feira, abril 15, 2004
Durão e a Ciência...
Como prometido (obrigado Filipe!):
---------- Forwarded message ----------
Date: Tue, 19 Feb 2002 20:09:54 +0000
From: Presidente
To: Nuno Morais
Subject: Re: Ciência & Tecnologia
Exmo. Senhor
Eng. Nuno Morais
[...]
Defendemos a criação de um Ministério que integre o ensino superior e a
ciência.
Uma boa articulação entre estes dois sectores conduzirá ao reforço na
formação cinetífica de jovens graduados e à criação de condições visando o
desenvolvimento de centros de investigação quer integrados em
establecimentos do ensino superior quer associados a empresas.
É nossa intenção promover a elaboração de um plano de desenvolvimento
científico nacional que defina os objectivos, hierarquia, prioridades e
avalie recursos para retirar Portugal da modesta posição que ocupa no quadro
europeu.
Com os melhores cumprimentos,
José Manuel Durão Barroso
----- Original Message -----
From: Nuno Morais
To: presidente@psd.pt
Sent: Wednesday, January 30, 2002 1:01 AM
Subject: Ciência & Tecnologia
Caro Doutor Durão Barroso,
Um dos raros aspectos positivos da governação socialista,
desastrosa na generalidade, foi a criação do Ministério da Ciência e da
Tecnologia. Aliás, o Professor Mariano Gago, de quem fui aluno e que muito
prezo, não foi muito contestado pelo PSD e fez, na minha modesta e algo
parcial opinião, um bom trabalho. Nunca a Ciência em Portugal beneficiou
de tanto investimento.
Como estudante de Doutoramento (como tal, Bolseiro Praxis XI da
Fundação para a Ciência e a Tecnologia) e investigador científico, mas
também como cidadão consciente da importância do desenvolvimento
científico no progresso económico, social e cultural do país, temo pelo
futuro dado que acredito [...] vê-lo como Primeiro Ministro mas ainda
não o ouvi comprometer-se em relação à Ciência.
Haverá Ministério da Ciência num Governo PSD? Quais as principais
mudanças em relação à política do Professor Mariano Gago? E como liderará
o Executivo com a quebra de fundos comunitários anunciada para depois de
2003?
[...]
Ao dispor,
Nuno
______________________
Nuno Luís Barbosa Morais, 24 anos, sem filiação partidária, Licenciado em
Engª Física Tecnológica pelo Instituto Superior Técnico, Estudante de
Doutoramento (Bioinformática) na Faculdade de Medicina da Universidade de
Lisboa
Alguém quer comentar?
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---------- Forwarded message ----------
Date: Tue, 19 Feb 2002 20:09:54 +0000
From: Presidente
To: Nuno Morais
Subject: Re: Ciência & Tecnologia
Exmo. Senhor
Eng. Nuno Morais
[...]
Defendemos a criação de um Ministério que integre o ensino superior e a
ciência.
Uma boa articulação entre estes dois sectores conduzirá ao reforço na
formação cinetífica de jovens graduados e à criação de condições visando o
desenvolvimento de centros de investigação quer integrados em
establecimentos do ensino superior quer associados a empresas.
É nossa intenção promover a elaboração de um plano de desenvolvimento
científico nacional que defina os objectivos, hierarquia, prioridades e
avalie recursos para retirar Portugal da modesta posição que ocupa no quadro
europeu.
Com os melhores cumprimentos,
José Manuel Durão Barroso
----- Original Message -----
From: Nuno Morais
To: presidente@psd.pt
Sent: Wednesday, January 30, 2002 1:01 AM
Subject: Ciência & Tecnologia
Caro Doutor Durão Barroso,
Um dos raros aspectos positivos da governação socialista,
desastrosa na generalidade, foi a criação do Ministério da Ciência e da
Tecnologia. Aliás, o Professor Mariano Gago, de quem fui aluno e que muito
prezo, não foi muito contestado pelo PSD e fez, na minha modesta e algo
parcial opinião, um bom trabalho. Nunca a Ciência em Portugal beneficiou
de tanto investimento.
Como estudante de Doutoramento (como tal, Bolseiro Praxis XI da
Fundação para a Ciência e a Tecnologia) e investigador científico, mas
também como cidadão consciente da importância do desenvolvimento
científico no progresso económico, social e cultural do país, temo pelo
futuro dado que acredito [...] vê-lo como Primeiro Ministro mas ainda
não o ouvi comprometer-se em relação à Ciência.
Haverá Ministério da Ciência num Governo PSD? Quais as principais
mudanças em relação à política do Professor Mariano Gago? E como liderará
o Executivo com a quebra de fundos comunitários anunciada para depois de
2003?
[...]
Ao dispor,
Nuno
______________________
Nuno Luís Barbosa Morais, 24 anos, sem filiação partidária, Licenciado em
Engª Física Tecnológica pelo Instituto Superior Técnico, Estudante de
Doutoramento (Bioinformática) na Faculdade de Medicina da Universidade de
Lisboa
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Jornalista
Assinem esta petição. O homem merece. Só lhe falta fazer como o Soares e vir sugerir que se negoceie com os terroristas...
Mais uma vez, dei com o link no Blog de Esquerda. Alguém conhece ou escreve para um blog de direita decente? Queria equilibrar as coisas nas minhas fontes... Deixa ver o que é que o Miguel CP me vai chamar a seguir... :-)
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Mais uma vez, dei com o link no Blog de Esquerda. Alguém conhece ou escreve para um blog de direita decente? Queria equilibrar as coisas nas minhas fontes... Deixa ver o que é que o Miguel CP me vai chamar a seguir... :-)
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quarta-feira, abril 14, 2004
Uma graça...
Ainda hoje agradeço à Diana Martins da Cruz a "bronca" da candidatura a Medicina, uma vez que forçou o Primeiro Ministro a uma mudança no elenco governativo que me parece ter beneficiado o País (esteticamente, para começar). Confesso que nutro alguma simpatia pela Ministra da Ciência e do Ensino Superior. Talvez por não me libertar completamente da vaidade e do corporativismo que ainda me ligam emocionalmente ao Técnico mas também pelo seu percurso académico, pela constatação de um conhecimento profundo e de uma mentalidade muito pragmática em questões de financiamentos, pela forma discreta (longe das câmaras) como tem actuado no novo posto... Penso que preenche os requesitos para ser Ministra e que trabalha com boas intenções, honestidade, dedicação e espírito de missão.
Assim, saudei com agrado as primeiras medidas, de que até poderei vir a beneficiar, embora a sua eficácia só possa ser comprovada daqui a uns anos. Mas o modelo anunciado hoje (obrigado Salomé!), indiscutivelmente objectivo e bem intencionado, desperta-me algumas dúvidas e já gerou reacções. Ao definir critérios tão exigentes (100 artigos ISI, 200 citações) para a atribuição dos ditos complementos, parece-me claro que o Governo quer atraír os cientistas (portugueses e não só) de mais elevada craveira para liderar a investigação que se faz em Portugal. A ideia até é em teoria boa e, contrariamente ao que algumas pessoas mal informadas andam a querer transmitir, não são assim tão poucos os investigadores portugueses que cumprem os critérios ou que, pelo menos, andam lá muito perto. O problema é que esses são os que já têm uma carreira sólida, trabalham nos melhores laboratórios e normalmente já têm mais de 50 anos (acumular 100 artigos leva o seu tempo). Dificilmente uma pessoa nestas condições quer ir para Portugal e montar um novo laboratório, mesmo com financiamento. Na minha opinião, há cientistas com 30s e 40 e poucos anos já com experiência e provas dadas (não 100 mas já alguns artigos com elevado factor de impacto) mas ainda com dinâmica suficiente para arriscar e começar algo de novo. A oportunidade tem que ser dada a quem não tem nada a perder.
O meu chefe em Cambridge tem 40 anos e um currículo impressionante. É de origem portuguesa (veio para cá em criança) e já teve convites e oportunidades para regressar a Portugal. Mesmo sendo novo, concluiu que era mais produtivo e útil ao País se ficasse em Cambridge e apoiasse pessoas como eu do que se abandonasse as condições excelentes de que cá disfruta e tivesse que começar um novo laboratório e enfrentar as dificuldades e incertezas inerentes.
Voltando à medida, devo dizer que espero pelo menos que os cientistas de craveira que já estão radicados em Portugal benificiem de "complementos" para a sua investigação, como é anunciado. E, em qualquer caso, dou o benefício da dúvida a algém que tem muito mais experiência e informação que eu. Já ouvi apelidar esta medida de "demagógica" e "cosmética" e devo dizer que me irrita esta mentalidade mesquinha e negativa de ver sempre uma intenção meramente mediática e eleitoralista em todas as acções de um Governo. Parece-me mais inteligente avaliar competências do que julgar intenções sem que se peça o seu esclarecimento.
É esperar para ver...
Há mais de dois anos, recebi um e-mail do Dr. Durão Barroso (na altura ainda candidato a PM) sobre a política científica que um seu eventual Governo seguiria. Fica prometido que, se encontrar a dita missiva nos meus arquivos, a reproduzirei aqui.
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Assim, saudei com agrado as primeiras medidas, de que até poderei vir a beneficiar, embora a sua eficácia só possa ser comprovada daqui a uns anos. Mas o modelo anunciado hoje (obrigado Salomé!), indiscutivelmente objectivo e bem intencionado, desperta-me algumas dúvidas e já gerou reacções. Ao definir critérios tão exigentes (100 artigos ISI, 200 citações) para a atribuição dos ditos complementos, parece-me claro que o Governo quer atraír os cientistas (portugueses e não só) de mais elevada craveira para liderar a investigação que se faz em Portugal. A ideia até é em teoria boa e, contrariamente ao que algumas pessoas mal informadas andam a querer transmitir, não são assim tão poucos os investigadores portugueses que cumprem os critérios ou que, pelo menos, andam lá muito perto. O problema é que esses são os que já têm uma carreira sólida, trabalham nos melhores laboratórios e normalmente já têm mais de 50 anos (acumular 100 artigos leva o seu tempo). Dificilmente uma pessoa nestas condições quer ir para Portugal e montar um novo laboratório, mesmo com financiamento. Na minha opinião, há cientistas com 30s e 40 e poucos anos já com experiência e provas dadas (não 100 mas já alguns artigos com elevado factor de impacto) mas ainda com dinâmica suficiente para arriscar e começar algo de novo. A oportunidade tem que ser dada a quem não tem nada a perder.
O meu chefe em Cambridge tem 40 anos e um currículo impressionante. É de origem portuguesa (veio para cá em criança) e já teve convites e oportunidades para regressar a Portugal. Mesmo sendo novo, concluiu que era mais produtivo e útil ao País se ficasse em Cambridge e apoiasse pessoas como eu do que se abandonasse as condições excelentes de que cá disfruta e tivesse que começar um novo laboratório e enfrentar as dificuldades e incertezas inerentes.
Voltando à medida, devo dizer que espero pelo menos que os cientistas de craveira que já estão radicados em Portugal benificiem de "complementos" para a sua investigação, como é anunciado. E, em qualquer caso, dou o benefício da dúvida a algém que tem muito mais experiência e informação que eu. Já ouvi apelidar esta medida de "demagógica" e "cosmética" e devo dizer que me irrita esta mentalidade mesquinha e negativa de ver sempre uma intenção meramente mediática e eleitoralista em todas as acções de um Governo. Parece-me mais inteligente avaliar competências do que julgar intenções sem que se peça o seu esclarecimento.
É esperar para ver...
Há mais de dois anos, recebi um e-mail do Dr. Durão Barroso (na altura ainda candidato a PM) sobre a política científica que um seu eventual Governo seguiria. Fica prometido que, se encontrar a dita missiva nos meus arquivos, a reproduzirei aqui.
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segunda-feira, abril 12, 2004
A vida boa...
O bacalhau e as batatas saíram bem, a mousse de manga (gosto de variar) também, os Häagen-Dazs são sempre bons, o Monte Velho branco regou bem o repasto, o Esteva tinto também esteve à altura, os pastéis de peixe e vegetais trazidos pelo Massi tinham sido uma entrada excelente... Mas o melhor da noite de ontem foram os Amigos (Arancha, Eva, Florina, Iona, Raquel, Angel, António, Damian, Massi) que encheram a casa e trouxeram o calor familiar que poderia ter faltado à minha Páscoa. Hoje (feriado cá), levantar cedo e 3 horas (5 sets) de ténis: não há tensões que resistam, sofre a bola e o adversário que faça pela vida... E sentir em pleno o bem-estar físico que a recente retoma da prática desportiva (ainda que de âmbito puramente social) começa a trazer... Energias gastas e uma tarde de sossego, entre música e trabalho (incluindo lavagem da loiça de ontem). Noutros dias recentes, viagens, visitas, jantares, cinema, livros, trabalho, mensagens, empatias, sorrisos. E a agenda promete um futuro próximo na mesma onda...
É tão bom ser novo, sentir-me bem e ter uma Vida cheia!
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É tão bom ser novo, sentir-me bem e ter uma Vida cheia!
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O Cosmonauta
"Você vem do espaço?", pergunta uma angustiada anciã ao cosmonauta que tinha acabado de pousar naquele campo siberiano.
"Sim, pode acreditar, venho do espaço. Não se alarme, sou soviético.", respondeu Gagarin.
Hoje comemora-se o dia do Cosmonauta (a minha querida Mana chamou-me a atenção para a efeméride). Para quem não sabe, às 9:07h do dia 12 de Abril de 1961, a cápsula Vostok 1 descolava do cosmódromo de Baikonur, no Casaquistão, e colocava o jovem Yuri Gagarin (1934-1968) no Espaço (sem que a sua Mãe soubesse), transformando-o no primeiro Cosmonauta humano e no primeiro homem a orbitar a Terra e a ver as estrelas sem a atmosfera terrestre pela frente...
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"Sim, pode acreditar, venho do espaço. Não se alarme, sou soviético.", respondeu Gagarin.
Hoje comemora-se o dia do Cosmonauta (a minha querida Mana chamou-me a atenção para a efeméride). Para quem não sabe, às 9:07h do dia 12 de Abril de 1961, a cápsula Vostok 1 descolava do cosmódromo de Baikonur, no Casaquistão, e colocava o jovem Yuri Gagarin (1934-1968) no Espaço (sem que a sua Mãe soubesse), transformando-o no primeiro Cosmonauta humano e no primeiro homem a orbitar a Terra e a ver as estrelas sem a atmosfera terrestre pela frente...
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Por outras palavras...
Decidi fazer a vontade à Ana (não abuses!):
domingo, abril 11, 2004
Páscoa Feliz!
Sinais dos tempos e do estilo de vida: nos últimos 6 anos, só em 2001 passei o período da Páscoa em Viana. 1999 foi em Nova Iorque, 2000 (se bem me lembro) foi em Atenas, 2002 foi em Heidelberg, 2003 foi em Cambridge e 2004 é em Cambridge. Ainda que não seja religioso nem atribua o mesmo simbolismo de festa familiar que dou ao Natal, sinto que esta época (e em particular este dia) deve ser especial. Em casa ou no estrangeiro, tem-no sido sempre: a companhia foi sempre excelente e a comida (já cá faltava) também. Ainda que tenha aproveitado estes dias de sossego (foi quase toda a gente de férias, estou sozinho em casa) para trabalhar e para, finalmente, ter algum tempo para mim, logo cozinharei bacalhau e receberei a visita de amigos para o jantar.
Já agora, deixo-vos com algumas notas histórica sobre as pagãs origens da Páscoa.
Eastre
A chegada da Primavera era celebrada pelos antigos Saxões com uma grandiosa festa em honra de Eastre (de onde vem Easter, o nome que os anglófonos dão à Páscoa), a sua Deusa da fertilidade e da Primavera. Quando os missionários Cristãos do século II se depararam com as celebrações pagãs, tentaram converter os nativos mas de uma forma clandestina. Teria sido suicida para os primeiros Cristãos celebrar os seus dias santos com rituais muito diferentes dos já existentes. Assim, os missionários muito inteligentemente decidiram passar a mensagem religiosa de uma forma mais suave e gradual, permitindo-lhes continuar com as festas pagãs mas em moldes Cristãos. A festa da Eastre dava-se na mesma época que a celebração da Ressurreição de Cristo. E assim a conversão foi mais fácil.
A Data
Antes do ano 325, a Páscoa era celebrada em diferentes dias da semana, incluindo Sexta, Sábado e Domingo. Nesse ano, o imperador Constantino convocou o Conselho de Nicaea e ficou decidido que a Páscoa seria celebrada no primeiro Domingo depois da primeira lua cheia (eclesiástica, nem sempre coincide exactamente com a astronómica) no ou depois do equinócio vernal (21 de Março).
O Coelho da Páscoa
O Coelho não é uma invenção moderna. O símbolo tem origem no festival pagão da Eastre. A Deusa era adorada pelos Anglo-Saxões através do seu símbolo: o coelho. Os Germânicos levaram o símbolo para a América e lá foi ignorado pelos Cristãos até pouco antes da Guerra Civil. Aliás, os festejos da Páscoa só se generalizaram na América depois desse período.
O Ovo da Páscoa
A troca de ovos na Primavera era já um costume de séculos quando a Páscoa se começou a celebrar pelos Cristãos. Desde os primórdios que o ovo é um símbolo de fertilidade e renascimento em muitas culturas. Era costume os ovos serem embrulhados em folha de ouro ou, no domínio campestre, serem coloridos através da fervura com folhas ou pétalas. Actualmente, as crianças "caçam" ovos coloridos e colocam-nos nos cestos da Páscoa juntamente com a versão moderna dos ditos ovos - os de chocolate.
O Carnaval
O Carnaval surgiu como um dia de farra e abusos para que as pessoas se pudessem saciar antes dos 46 dias de suposto sacrifício que medeiam entre a Quarta de Cinzas e a Páscoa, período a que chamam Quaresma.
Votos de uma Páscoa Feliz para todos!
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Já agora, deixo-vos com algumas notas histórica sobre as pagãs origens da Páscoa.
Eastre
A chegada da Primavera era celebrada pelos antigos Saxões com uma grandiosa festa em honra de Eastre (de onde vem Easter, o nome que os anglófonos dão à Páscoa), a sua Deusa da fertilidade e da Primavera. Quando os missionários Cristãos do século II se depararam com as celebrações pagãs, tentaram converter os nativos mas de uma forma clandestina. Teria sido suicida para os primeiros Cristãos celebrar os seus dias santos com rituais muito diferentes dos já existentes. Assim, os missionários muito inteligentemente decidiram passar a mensagem religiosa de uma forma mais suave e gradual, permitindo-lhes continuar com as festas pagãs mas em moldes Cristãos. A festa da Eastre dava-se na mesma época que a celebração da Ressurreição de Cristo. E assim a conversão foi mais fácil.
A Data
Antes do ano 325, a Páscoa era celebrada em diferentes dias da semana, incluindo Sexta, Sábado e Domingo. Nesse ano, o imperador Constantino convocou o Conselho de Nicaea e ficou decidido que a Páscoa seria celebrada no primeiro Domingo depois da primeira lua cheia (eclesiástica, nem sempre coincide exactamente com a astronómica) no ou depois do equinócio vernal (21 de Março).
O Coelho da Páscoa
O Coelho não é uma invenção moderna. O símbolo tem origem no festival pagão da Eastre. A Deusa era adorada pelos Anglo-Saxões através do seu símbolo: o coelho. Os Germânicos levaram o símbolo para a América e lá foi ignorado pelos Cristãos até pouco antes da Guerra Civil. Aliás, os festejos da Páscoa só se generalizaram na América depois desse período.
O Ovo da Páscoa
A troca de ovos na Primavera era já um costume de séculos quando a Páscoa se começou a celebrar pelos Cristãos. Desde os primórdios que o ovo é um símbolo de fertilidade e renascimento em muitas culturas. Era costume os ovos serem embrulhados em folha de ouro ou, no domínio campestre, serem coloridos através da fervura com folhas ou pétalas. Actualmente, as crianças "caçam" ovos coloridos e colocam-nos nos cestos da Páscoa juntamente com a versão moderna dos ditos ovos - os de chocolate.
O Carnaval
O Carnaval surgiu como um dia de farra e abusos para que as pessoas se pudessem saciar antes dos 46 dias de suposto sacrifício que medeiam entre a Quarta de Cinzas e a Páscoa, período a que chamam Quaresma.
Votos de uma Páscoa Feliz para todos!
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quinta-feira, abril 08, 2004
Conservadores...
Ontem recebi uma carta do Senhor Michael Howard, líder do Partido Conservador, a alertar-me para as eleições de 10 de Junho que incluem Parlamento Europeu, poder local e Mayor e Parlamento de Londres. Juntamente com a carta vinha um formulário que, depois de preenchido, me permite votar pelo correio. E, como é óbvio, depois da simpática e útil informação vinha a propaganda eleitoral que, para minha desilusão, se limita a "bater" no Blair e a responsabilizá-lo por todos problemas do Reino (com especial destaque para os constantes aumentos de impostos). As duas únicas frases construtivas, em que declara intenções, são tão objectivas como:
"Conservatives want to help everyone fulfil their potential."
"By tackling waste and red tape Conservatives can put money where it really matters - on improving our schools and hospitals. And we will avoid yet more Labour tax increases so that people can keep more of the money they work so hard to earn."
Não explica como. Demagogia? Que ideia...
Depois vem finalmente uns chavões para dar um pretenso cheirinho a direita:
"My position is clear. I am against the Euro and the proposed European Constitution, wich will, for example, mean that we no longer fully control immigration and asylum policy."
Não explica porquê...
Toda a sua humildade é revelada nesta profunda e brilhante tirada:
"I have learnt never to take peolpe for granted. Of course you may agree with what I've said - but you may not."
E termina:
"If you do - and you want to send a message to Tony Blair - the first thing you can do is vote Conservative on Thursday, 10th June."
Ou seja, votamos neles não porque são bons mas porque queremos mostrar ao Blair que estamos zangados. Se está a potenciar todas as suas qualidades, como quer fazer com os seus concidadãos, o gajo é mesmo fraco.
Mas, para o meu espanto ser total, a carta termina com um pedido de apoio financeiro (acompanhado do respectivo formulário) a que humildemente chama "donation".
Tenho pena dos Britânicos. Têm, a nível político, o mesmo problema que Portugal. O Governo pode fazer muitas asneiras que a Oposição consegue ser mais mediocre.
Em Portugal, a Oposição tem à cabeça os indivíduos que o País correu do Governo. Aqui, a Oposição é liderada por um partido que apoiou o Blair nas decisões mais incríveis quando este até tinha o seu próprio partido dividido... Em ambos os casos, parece-me que se vive numa situação de défice democrático, não porque os Governos sejam ditatoriais mas porque há má informação (e consequente ignorância) e falta de escolha... Nesse aspecto, em teoria os Espanhóis deram uma boa lição democrática mas em condições quase surrealistas. Parece que foi preciso uma bomba para se lembrarem que a estabilidade dos índices económicos não é tudo e sair da hipnose lançada pelo Aznar. Ainda assim, não é para mim claro que a escolha tenha sido a menos má: o tempo o dirá. Cá, vai ser mais difícil o Labour cair, até porque conseguiu criar a imagem de que é o partido natural no poder.
Esclareço que eu tenho direito a votar neste País (não o vou fazer, não conheço os políticos locais e talvez esteja em Portugal a 13 de Junho), assim como entrei logo para o Sistema Nacional de Saúde. Basta-me inscrever como residente. Aqui não há BI, os Ingleses são contra a sua introdução porque alegadamente corresponde a uma perda de liberdade e privacidade. O atestado de residência é usado para tudo. Isso não significa que tenha cidadania. No meu caso não é relevante porque sou cidadão comunitário. Mas os meus colegas Egípcios ou Turcos precisam de visto sempre que querem ir à Europa Continental porque o Reino Unido não pertence ao espaço Schengen. Estes gajos são sempre os últimos a alinhar, os outros que experimentem primeiro...
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Carvalhosa
Ainda para os que viveram o Técnico tão intensamente como eu, um artigo imperdível: Carvalhosa connection.
E ainda... mais Carvalhosa.
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E ainda... mais Carvalhosa.
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quarta-feira, abril 07, 2004
Venham os próximos...
Foi uma jornada europeia impecável: caíram os favoritos e o Porto segue em frente... Voltaram a portar-se bem.
Tudo teria sido perfeito não fosse mais uma vez o estranho comportamento da comunicação social inglesa, mais precisamente a cadeia de televisão Sky Sports. A Sky tem 3 canais e detem os direitos de transmissão dos jogos de Quarta. Até à data, houve sempre pelo menos dois dos canais ocupados com jogos da Liga dos Campeões. Assim aconteceu na primeira mão, há duas semanas. Hoje o canal 2 transmitiu o Corunha a triturar o Milan e... mais nada. No canal 1 havia bilhar... Perguntei a alguns colegas se sabiam por que razão desta vez não se transmitiam dois jogos. A resposta foi: "porque provavelmente alguém na Sky ainda não digeriu a derrota do Manchester." Estranho, muito estranho... E muito triste eu porque não pude ver esse jogo. Acabei por ver o outro. Consolação: o Corunha joga com um equipamento semelhante e goleou. E Galiza até tem grandes afinidades com o Minho.
De qualquer modo, agora dá vontade de ter uma final Chelsea-Porto só para, pela terceira vez num ano, esta gente ser mesmo obrigada a ver em directo mais uma equipa britânica a perder com o Porto...
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Higiene
1. Depois de um belo e intenso jogo de futebol que não foi de "sangue, suor e lágrimas" mas foi pleno de suor e lama (sim, cá tem chovido), o que realmente apetece é um bom banho. O laboratório aqui, entre outras comodidades, tem à disposição do pessoal 2 práticos, confortáveis, limpos e portanto muito convenientes chuveiros (em que a temperatura da água é regulável e permite cobrir toda a gama suportável pelo corpo humano), que eu já tive a oportunidade de usar depois de umas madrugadoras partidas de ténis disputadas antes de começar a trabalhar. Estranha-se pois que ontem, depois da dita futebolada, tenha havido quem decidisse ir directamente do recinto de jogo para o Pub onde tinhamos combinado jantar. A minha ida a casa para um duche e mudança de roupa foi um luxo... Este comportamento não é inédito (já tinha acontecido em idas ao cinema pós-jogo em que, felizmente, tive sorte com os "vizinhos") e afecta indivíduos de ambos os sexos naturais de países da Commonwealth.
2. Uma estatística rápida feita com base nas minhas idas ao WC permite-me concluir que apenas 60% dos varões do laboratório lavam as mãos depois de urinar e uma percentagem semelhante puxa o autoclismo depois do dito acto. Honra seja feita aos mesmos indivíduos, ninguém mija para fora e o WC conserva-se limpo...
3. No edifício onde trabalho (eu e mais 200 pessoas) havia um indivíduo que, em tempos, foi tanto gozado como elogiado por ser o único a ter pasta e escova de dentes no gabinete e escovar os dentes todos os dias após o almoço. Chama-se Nuno e continua a ser o único...
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2. Uma estatística rápida feita com base nas minhas idas ao WC permite-me concluir que apenas 60% dos varões do laboratório lavam as mãos depois de urinar e uma percentagem semelhante puxa o autoclismo depois do dito acto. Honra seja feita aos mesmos indivíduos, ninguém mija para fora e o WC conserva-se limpo...
3. No edifício onde trabalho (eu e mais 200 pessoas) havia um indivíduo que, em tempos, foi tanto gozado como elogiado por ser o único a ter pasta e escova de dentes no gabinete e escovar os dentes todos os dias após o almoço. Chama-se Nuno e continua a ser o único...
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Anti-semitismo?
Depois de ter visto A Paixão de Cristo e de ter acompanhado a acalorada e nem sempre correcta (por força da acção de uns imbecis "comentadores") discussão no Blog de Esquerda sobre a problemática do Médio Oriente e o anti-semitismo, estava-me a apetecer escrever algo sobre o assunto, expressar a minha opinião... Não é preciso, o João Miguel Tavares já o fez por mim e pelo Filipe, cuja capacidade de informação invejo e a quem agradeço a indicação.
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RIP Nabunda (1988?-2004)
A triste notícia divulgada na página da AEIST foi-me comunicada pelo meu querido amigo Filipe que aliás escreveu um sentido artigo sobre o malogro no Blog de Esquerda. E como o Filipe descreve tão bem o sentimento daqueles que passaram pelo Técnico na última dúzia de anos perante a já infelizmente esperada morte, não vou escrever mais nada. Limito-me a dizer que, no primeiro semestre que lá passei, foi meu colega nas aulas de Química das 8 da manhã. O Professor Lopes da Silva (agora Reitor da UTL) saudava a presença do Nabunda e estranhava sempre que o cão faltava...
Nabunda - Fact File (Diferencial 18 - 1996/07/18)
Engenheiro Nabunda
Nabunda 4 ever yours
Como perceberão pela imagem anterior agora acrescentada, o Nabunda deve ter sido dos poucos canídeos a figurar repetidamente (num dos anos seguintes aparece em posição de uivo - não consegui a imagem) em cartazes de grandes concertos. A sua dimensão vai muito para além da de mascote não oficial do Técnico...
Deixo-vos com os brilhantes cartoons do Vítor Santos no Diferencial:
Nabunda - Artista Incompreendido (17 - 1996/04/22)
Concurso: adivinhe o nome do Nabunda / Ser ou não ser... original / As fotos mais sexy do Nabunda / Praxe e tradição / Nabunda é um bôm exemplo! (19 - 1996/07)
Cursos de Reciclagem para Professores / Regionalização Académica (23 - 1998/07)
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domingo, abril 04, 2004
Redescobri hoje, 4 ou 5 anos depois, a sensualidade da Lua cheia...
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sábado, abril 03, 2004
Um herói Português
Num mundo onde começam a faltar heróis e altruismo, lembro que hoje se assinala o quinquagésimo aniversário da morte de Aristides Sousa Mendes. Se não sabem quem é, leiam a nota biográfica para suprirem essa grave lacuna no vosso conhecimento.
Aproveito para enviar um abraço ao bisneto e meu amigo David.
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Aproveito para enviar um abraço ao bisneto e meu amigo David.
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Musica no blog
Bécápes
Estão finalmente no blog as crónicas que escrevi durante outras estadias no estrangeiro. Dei-lhes as datas originais. Coloquei também algumas fotos tiradas em Singapura.
Obrigado ao Pai, ao Rui Pedro e ao Rino pela ajuda na obtenção dos textos dos quais vergonhosamente não tinha backups...
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Obrigado ao Pai, ao Rui Pedro e ao Rino pela ajuda na obtenção dos textos dos quais vergonhosamente não tinha backups...
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sexta-feira, abril 02, 2004
1000!
Na véspera de completar um mês, o meu blog acaba de receber a milésima visita! Vinda da Holanda...
Minutos antes, fui eu o milésimo visitante do blog do Rino. Parabéns Zé!
Obrigado Amigos!
Se não tiverem nada para fazer no fim de semana, sigam a sugestão que me foi enviada pelo Paulo:
Takagism
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Minutos antes, fui eu o milésimo visitante do blog do Rino. Parabéns Zé!
Obrigado Amigos!
Se não tiverem nada para fazer no fim de semana, sigam a sugestão que me foi enviada pelo Paulo:
Takagism
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quinta-feira, abril 01, 2004
Arquivos
Decidi incluir no blog todas as crónicas colectivas pré-blog que enviei por e-mail desde que estou em Cambridge. Se encontrar os ficheiros, em breve farei o mesmo com as de Heidelberg (Fev-Mai 2002), Singapura (Ago 2002) e Estados Unidos (Abr 1999)...
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Humor
Sem imaginação para uma boa peta de 1 de Abril, deixo-vos pelo menos com um momento de bom humor que me enviaram hoje...
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